Ministério Público apura ação de promotor em jornal de Sorocaba
Na Redação do ‘Cruzeiro do Sul’, ele pediu mudanças editoriais
A Corregedoria do Ministério Público do Estado de São Paulo abriu investigação para apurar a conduta do promotor de Justiça Antônio Domingues Farto Neto, que no último dia 28 foi à Redação do jornal “Cruzeiro do Sul”, de Sorocaba.
Segundo relatos de profissionais do jornal, que pediram para não terem os nomes revelados, durante quatro horas ele ordenou mudanças nas edições on-line e impressa.
Farto é conselheiro consultivo da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), que mantém o jornal, e foi acompanhado por outros membros do órgão. O presidente do Conselho de Administração da FUA, José Augusto Mauad, estava em férias.
A Folha procurou o promotor e a resposta foi que ele não iria falar. Dias depois, questionado pelo blog do jornalista Djalma Luiz Benette, de Sorocaba, Farto teria declarado:
“Deliberações estratégicas de Conselho Superior ou de Conselho de Administração de qualquer empresa séria, como é o caso de nosso centenário jornal, não podem nem devem ser discutidas fora do âmbito interno.”
Farto teria questionado a cobertura da greve geral daquele dia, chamado pessoas para entrevistas e determinado trocas imediatas no site e o enunciado para a manchete: “Paralisação prejudica população sorocabana”.
Criado em 1903, o “Cruzeiro do Sul” é o único jornal diário de Sorocaba. Em fevereiro, a média de circulação foi de 17.746 exemplares diários.