Folha de S.Paulo

Para apoiar reformas, grupo de Renan quer redução no IR

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- TALITA FERNANDES GUSTAVO URIBE

Um grupo de senadores do PMDB próximos a Renan Calheiros (AL), líder do partido no Senado, sugeriu ao presidente Michel Temer o lançamento de um “pacote de bondades” como contrapart­ida ao apoio às reformas trabalhist­a e previdenci­ária.

A sugestão foi levada a Temer na semana passada, em um jantar no Palácio do Jaburu. O movimento é conduzido pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que atua como principal interlocut­or entre Renan e o governo.

Entre as medidas sugeridas está a isenção do Imposto de Renda para ganhos de até cinco vezes o salário mínimo e aumento da oferta de microcrédi­to por bancos públicos.

Temer, segundo pessoas próximas, está disposto a dialogar sobre o assunto com Renan e a até mesmo adotar pontos da “Agenda Brasil”, desde que eles não gerem gastos que ameacem a política de ajuste fiscal. A ideia do Planalto é submeter as reivindica­ções à equipe econômica para avaliar o impacto fiscal.

A oferta de microcrédi­to é um tema que já está em análise pela gestão Temer e é avaliada como possível de ser adotada. Já o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda apresenta maior resistênci­a. O discurso no Planalto é que não há espaço para despesas ou perdas de receita como a sugerida pelos peemedebis­tas.

A correção da tabela está em análise desde fevereiro pela Fazenda, a pedido da Casa Civil. Hoje, escapa do IR quem ganha até R$ 1.903,98. A equipe política tem defendido que a faixa de isenção chegue a ao menos R$ 3.000. A proposta do grupo de Renan elevaria a faixa para R$ 4.685. IMPOSTO SINDICAL Numa tentativa de garantir a aprovação da reforma trabalhist­a até o início do próximo mês, Temer recebeu nesta terça-feira (16) a bancada do PSDB no Senado.

Os tucanos defenderam mudanças pontuais na reforma trabalhist­a, mas a manutenção da contribuiç­ão sindical optativa, conforme texto aprovado na Câmara.

A ideia é que as alterações sejam feitas por meio de uma medida provisória preparada pelo presidente com salvaguard­as aos trabalhado­res. “A nossa intenção é não fazer modificaçõ­es no texto que veio da Câmara, para que não tenha a necessidad­e de seu retorno, mas apresentar­mos, na justificat­iva, sugestões pontuais de modificaçõ­es”, disse o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.

O relator da proposta nas comissões de Assuntos Econômicos e Assuntos Sociais do Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), citou entre as alterações a melhor regulament­ação da jornada intermiten­te, o fim da proibição de gestantes e lactantes trabalhare­m em locais insalubres e o fim do intervalo de 15 minutos para as mulheres antes de começarem hora extra.

Ele também antecipou que manterá nos seus relatórios a contribuiç­ão sindical optativa e disse que Temer demonstrou ser favorável a essa posição.

A expectativ­a é que a proposta vá a plenário no início de junho.

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Pedro Ladeira - 9.mai.17/Folhapress O Renan Calheiros (Alagoas), líder do PMDB no Senado Correção na tabela do imposto tem resistênci­a da Fazenda; outra proposta é aumento na oferta de microcrédi­to

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