GOVERNO ENCURRALADO Joesley diz que blefou ao falar de compra de juízes
Sócio da JBS fez relato sobre dar ‘conta’ de magistrados em conversa com Temer, que respondeu com ‘ótimo’
Empresário detalha, porém, tentativa de aproximação; vara acusa declarações ‘infundadas’
O empresário Joesley Batista, da JBS, disse aos procuradores federais que estava “blefando” quando sugeriu ao presidente Michel Temer que havia comprado dois juízes federais.
A informação aparece na gravação feita pelo empresário no Palácio do Jaburu em março deste ano e faz parte das provas apresentadas à Justiça para firmar sua delação premiada.
Na conversa, Joesley diz ao presidente: “Aqui eu dei conta de um lado, o juiz, dar uma segurada, do outro lado, o juiz substituto, que é um cara que fica .... [inaudível] Tô segurando os dois”. Temer responde: “Ótimo, ótimo”.
Ele contou aos investigadores sobre o “blefe” na mesma época em que ocorreu, pois, quando o presidente Temer foi gravado, a empresa já colaborava com a Polícia Federal.
Joesley afirmou, contudo, que havia de fato uma tentativa de aproximação com um magistrado que atua em operações como Greenfield e Cui Bono por meio do advogado Willer Tomaz.
Segundo o dono da JBS, Tomaz foi contratado porque dizia ter acesso e influência sobre Ricardo Augusto Soares Leite, juiz substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. O titular é Vallisney de Souza Oliveira.
A seção é responsável por operações como a Sépsis, primeira a mirar a J&F (holding da qual faz parte a JBS) em julho do ano passado, a Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão, a Cui Bono, que apura irregularidades no FI-FGTS, fundo de investimento em infraestrutura do FGTS.
Joesley afirmou que, apesar da contratação de Tomaz ter tido essa finalidade, não existe comprovação da relação entre o advogado e o magistrado.
A empresa também não conseguiu decisões favoráveis na Justiça e os investigadores não encontraram provas que comprometessem o