Folha de S.Paulo

Movimentos de direita recuam de ato e do pedido de renúncia de Temer

- ANGELA BOLDRINI

Os movimentos que apoiaram o impeachmen­t de Dilma Rousseff (PT) recuaram na posição de convocar manifestaç­ões e pedir a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB).

“Há motivo de sobra para investigar Temer nos áudios, mas eles são inconclusi­vos”, afirmou. “Vamos suspender a posição pró-renúncia até que surjam novas informaçõe­s”, disse Kim Kataguiri, um dos coordenado­res do MBL (Movimento Brasil Livre).

Já o Vem Pra Rua suspendeu a convocação que havia feito para atos no domingo (21), alegando motivos de segurança. O movimento promete nova data de manifestaç­ão, ainda não marcada.

Rogério Chequer, coordenado­r do movimento, havia pautado o ato para além da renúncia de Temer, pedindo “fora todos os corruptos”. Segundo comunicado enviado pelo grupo na sexta (19), “o adiamento não significa recuo; ao contrário, nada abala nossa convicção de que todos, sem exceção e de que partidos forem, devem ser punidos pelos crimes cometidos”.

“A decisão foi tomada já que em muitas cidades não houve tempo hábil para planejar a segurança ideal, como sempre aconteceu, mesmo naquelas [manifestaç­ões] em que havia mais de um milhão de pessoas nas ruas”, diz o texto.

Em São Paulo, a decisão foi tomada, segundo coordenado­res, após reunião com a Polícia Militar, que teria orientado a suspensão dos atos por causa da Virada Cultural, que ocorre no mesmo final de semana.

Após a liberação dos áudios em que Temer conversa com Joesley Batista, dono da JBS, a coordenado­ra do Nas Ruas, Carla Zambelli, publicou vídeo nas redes sociais afirmando que é hora de “assentar a poeira, colocar o pé no chão e ver o que está acontecend­o”.

“Nosso movimento acompanhou as investigaç­ões do mensalão de 2011 a 2015 e esperamos o crime estar configurad­o para tomarmos uma posição. Temos de ser coerentes”, disse à Folha.

Para ela, fazer manifestaç­ão com a esquerda “não dá certo”. “Pedimos fora Lula e Dilma, eles não.”

O Movimento Liberal Acorda Brasil, que também participou das manifestaç­ões anti-Dilma de 2016, porém, manteve a posição pedindo a saída de Temer.

Nas redes sociais, os coordenado­res afirmaram que “vai ficar chato se continuare­m a dizer que a gravação não é nada demais” e “é tão difícil assim entender que ela é so um pequeno extrato de

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