Folha de S.Paulo

Trump debateu FBI com russos, diz jornal

Segundo ‘Times’, ata da reunião mostra que presidente afirmou que saída de James Comey ‘aliviou pressão’

- ISABEL FLECK

Casa Branca responde que ação de ex-diretor tolhia trabalho do governo com Moscou; Comey decide depor

Moscou nas eleições de 2016.

Na carta de demissão, o presidente sugere que essa questão pesou na decisão. “Mesmo que eu aprecie muito o fato de você ter me informado, em três ocasiões distintas, que eu não sou investigad­o, concordo com a avaliação do Departamen­to da Justiça de que você não está apto a liderar efetivamen­te o bureau (FBI)”, escreveu.

Trump também disse em entrevista a uma TV que estava pensando “nessa coisa da Rússia” ao demitir Comey.

No mesmo encontro, segundo o “Washinton Post”, ele teria revelado a Lavrov informação sigilosa sobre uma potencial ameaça do Estado Islâmico. Segundo o jornal, o chanceler e o embaixador russo, Sergey Kislyak, foram informados pelo presidente de “detalhes de uma ameaça terrorista do EI relacionad­a ao uso de laptops em aviões”.

A informação teria sido passada aos EUA pela inteligênc­ia de Israel e repassada por Trump aos russos sem aval israelense, podendo por em risco a fonte —o que a Casa Branca nega ter ocorrido.

As duas medidas (a demissão de Comey no meio de uma investigaç­ão daninha à Casa Branca e a revelação de segredos aos russos) alimentara­m o debate sobre impeachmen­t, sob alegação de obstruir a Justiça no caso do FBI.

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