Banco oficial desiste de projetos na Venezuela
BNDES cancela participação na construção de duas linhas de metrô
Pedido da General Electric para exportar geradores elétricos para obra da PDVSA foi negado pelo banco
O BNDES desistiu de financiar a construção de linhas de metrô em Caracas e Los Teques, na Venezuela, e não está aprovando nenhum novo financiamento para o país governado por Nicolas Maduro.
A Venezuela ainda não deixou de pagar as parcelas dos seus financiamentos com o Brasil, mas renegociou sua dívida com a China, seu maior credor, e vai pagar apenas os juros em 2017 e 2018, deixando o principal da dívida para ser quitado no futuro.
Nos governos Lula e Dilma, foram aprovados vários projetos na Venezuela, o que elevou a exposição do Brasil ao país. A Venezuela é o segundo destino dos financiamentos do BNDES para obras no exterior, atrás de Angola.
Desde 2002, o BNDES emprestou US$ 3,2 bilhões para a Venezuela, o equivalente a 22% do total. Para Angola, o valor chegou a quase US$ 4 bilhões, 27% do total.
O BNDES deixou de liberar novos créditos para a Venezuela no início de 2016. Em março, negou pedido da GE para financiar a exportação de geradores elétricos que seriam usados num projeto da Queiroz Galvão para a PDVSA.
A decisão de deixar as obras dos metrôs foi comunicada pelo banco aos demais membros do Cofig, comitê interministerial que aprova os empréstimos, em novembro. O financiamento para as duas obras chega a US$ 1,5 bilhão.
Desde o início da Operação Lava Jato, o BNDES interrompeu repasses e cancelou novos pedidos de financiamento de obras para as empresas sob investigação, o que só vem sendo retomado aos poucos.
De 25 operações contratadas no fim do ano passado, o banco previa retomar 17 e cancelar 8, conforme a ata do Cofig de 29 de setembro. Das 22 operações em análise, apenas duas seriam mantidas e 20 canceladas. (RL E MC)