Folha de S.Paulo

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RIO DE JANEIRO - Pisca-se um olho e Lula é condenado pelo caso do famigerado tríplex. Pisca-se outro e Michel Temer é acusado de mais um crime —como se o da mala não fosse suficiente. Os advogados de um e de outro e seus aliados no Congresso esbravejam sem descanso — não se sabe de onde tiram tantos argumentos por seu favorito. O ritmo é tão vertiginos­o que, de repente, já não se sabe o que foi dito em defesa de quem. Exemplos:

“[Lula] [Temer] é inocente e está sendo alvo de investigaç­ão com motivações políticas”. “A denúncia contra [Temer] [Lula] é um nada acusatório. Tanto é que precisaram recorrer à ficção. Criaram hipóteses, levantaram suposições. Criaram uma obra de ficção”. “Nenhuma evidência crível da culpa de [Lula] [Temer] foi produzida até agora, e provas de sua inocência são descaradam­ente ignoradas”.

“É mentira que [Temer] [Lula] tenha recebido um vintém. Eu lanço um repto à acusação: que diga quando [Lula] [Temer] recebeu um níquel sequer e de quem”. “Não há um fato real e palpável que vincule as condutas imputadas na denúncia contra [Temer] [Lula], muito menos recursos de fonte escusa”. “Não há uma única prova contra [Lula] [Temer], exceto a palavra de um [delator preso] [bandido de colarinho branco]”.

“A acusação ignora provas contundent­es da inocência de [Temer] [Lula] e sucumbe ao viés político, enquanto passa por cima de direitos humanos e do devido processo legal”. “Busca-se imputar a [Lula] [Temer] crimes com base em teorias respaldada­s apenas pela palavra de indivíduos incapazes de comprovar suas afirmações por meio de documentos ou de transferên­cias bancárias”.

Todas essas frases foram ditas nos últimos dias pelos partidário­s de Lula ou de Temer. O leitor está convidado a marcar com um X o nome entre colchetes que achar mais aplicável. Se conseguir distingui-los. CLAUDIA COSTIN

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