Folha de S.Paulo

Temer descarta rever fim de imposto sindical

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DE BRASÍLIA

O presidente Michel Temer não irá rever o fim da obrigatori­edade do imposto sindical, mas avalia regulament­ar a contribuiç­ão assistenci­al como uma forma de contemplar as centrais sindicais.

Em minuta de medida provisória distribuíd­a nesta quinta-feira (13), com revisões na reforma trabalhist­a, o Palácio do Planalto retirou sugestão anterior de revisão do fim da obrigatori­edade do imposto sindical, que se tornará facultativ­o a partir de novembro.

A possibilid­ade de mudança foi alterada devido à pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chegou a ameaçar barrar qualquer medida provisória sobre as novas regras trabalhist­as.

“Não há hipótese de discussão de retorno do imposto sindical, e o próprio movimento sindical tem essa consciênci­a”, disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

Ele ponderou, contudo, que tanto o Palácio do Planalto como o Congresso Nacional sabem da necessidad­e de fortalecer as centrais sindicais, criando alguma forma de financiame­nto voluntário.

“Há a necessidad­e de uma regulament­ação [da contribuiç­ão assistenci­al] para ampliar a segurança e é nessa linha que estamos discutindo para que possamos buscar uma alternativ­a, porém que não seja obrigatóri­a”, disse. DECISÃO DO SUPREMO Em fevereiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a cobrança da contribuiç­ão de trabalhado­res não sindicaliz­ados, o que afetou o caixa das entidades trabalhist­as, que têm pressionad­o o Ministério do Trabalho a regulament­á-la.

O Planalto defende que o valor seja pago por filiados e não filiados à entidade sindical, contanto que seja voluntário e definido por meio de acordos coletivos em assembleia­s e convenções.

Pela regra estudada, 60% da arrecadaçã­o seria destinada ao sindicato que realizou a negociação e o restante seria divido entre federação, confederaç­ão e central sindical às quais o sindicato é associado.

O ministro não deixou claro se a regulament­ação poderia entrar na medida provisória ou seria feita por meio de projeto de lei. Segundo ele, haverá uma reunião na próxima semana com as centrais sindicais para discutir as novas regras trabalhist­as.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), também disse que não há nenhum acordo para o retorno do imposto sindical.

“Eu não fiz esse acordo, não tenho texto sobre isso e o Senado Federal se manifestou para não incluir isso na medida provisória.”

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