Folha de S.Paulo

R$ 1.000 para o dono da carrocinha terão um efeito pedagógico muito grande.

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como fraude está sendo institucio­nalizado. Poderia ser contratado a um tempo parcial. Em vez de contratar por 44 horas, eu vou contratar a pessoa por 5 horas por semana. Isso é possível desde o fim dos anos 1990. O governo faz a reforma sob a perspectiv­a de modernizaç­ão. O senhor acha que a CLT [Consolidaç­ão das Leis do Trabalho] foi modernizad­a?

Não. O que está se criando são estruturas legais, fórmulas de trabalho que existiam 200 anos atrás, como a própria jornada intermiten­te. reforma sindical. Não é só tirar o financiame­nto do sindicato. O que está sendo feito hoje é o seguinte: agora empresas e sindicatos vão negociar, só que eu tiro o financiame­nto dos sindicatos. O senhor é contra retirar o imposto sindical obrigatóri­o?

Dessa forma, sou. É desigualar a relação. Sou contra o imposto sindical, mas eu sou a favor de que se tire dentro de uma reforma sindical que, por exemplo, acabe com a unicidade sindical. O governo fala que a reforma vai servir para gerar emprego. O senhor concorda?

Não gerou em lugar nenhum do mundo onde foi feita. No próprio Brasil, nos anos 1990, foi feita. Não aumentou nenhum emprego. A empregabil­idade aumentou nos anos 2000 porque a economia cresceu, houve aumento da demanda e chegamos quase ao pleno emprego.

Em vários países foi feita a flexibiliz­ação para gerar emprego: Espanha, México. Em todos houve apenas a troca de empregos por alternativ­os: intermiten­te, pejotizaçã­o, terceiriza­ção. O presidente Michel Temer sancionou o projeto de lei que modifica as leis trabalhist­as sem nenhum veto. O que o MPT pretende fazer?

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