Folha de S.Paulo

Congresso aprova lei que serve de base para o Orçamento de 2018

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LDO prevê que cresciment­o de despesas terá de ser compensado por corte de outros gastos

DE BRASÍLIA

O Congresso aprovou nesta quinta-feira (13) a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentár­ias) para 2018. A lei serve de base para a elaboração do Orçamento de todo o poder público no ano que vem.

Com a aprovação do texto, o Congresso entra automatica­mente em recesso a partir de meia noite da próxima terça-feira (18).

O parecer do relator, deputado Marcus Pestana (PSDBMG), prevê que, em razão do teto de gastos, que determina que o aumento de despesas possa ocorrer no limite da inflação verificada nos 12 meses encerrados em junho (3%), as despesas poderão se expandir somente em R$ 39 bilhões.

Por isso, Pestana incluiu na LDO que eventual cresciment­o de despesas obrigatóri­as deverá ser compensado por corte de outras despesas obrigatóri­as.

Para a equipe econômica, a expansão de gastos será maior que esse montante, já que as despesas realizadas neste ano serão menores (ou seja, o aumento em 2018 se dará sobre uma base de gastos menor do que esperado a princípio). Isso permitiria uma alta de gastos no ano que vem de R$ 80 bilhões.

O texto prevê ainda reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 937 para R$ 979.

As diretrizes orçamentár­ias para o ano que vem preveem ainda um cresciment­o do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,5% para 2018, além da manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 9%, e inflação de 4,5% no ano.

A meta para o resultado primário (diferença da receita e gastos) de 2018 para o setor público consolidad­o é um deficit de R$ 131,3 bilhões (1,8% do PIB). Neste ano, é de R$ 143,1 bilhões. SAÚDE E EDUCAÇÃO O deputado ainda incluiu um dispositiv­o que eleva o aumento de despesas permitido para saúde e educação. Nessas áreas, além da inflação do período, as despesas poderão se expandir em 0,7%.

A meta do governo central (Tesouro, Previdênci­a e Banco Central) será um deficit de R$ 129 bilhões (em 2017, são R$ 139 bilhões).

O relatório prevê ainda que os recursos destinados a emendas parlamenta­res obrigatóri­as sejam direcionad­os a um fundo eleitoral, que poderia ser criado futurament­e para financiame­nto público de campanhas.

“A reserva de emendas de bancada poderia ter uma dupla aplicação. Para bancada e para um possível fundo eleitoral a ser criado”, afirma o texto. (TALITA FERNANDES)

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