Folha de S.Paulo

Pequena empresa poderá captar até R$ 5 milhões em ‘vaquinha virtual’

CVM define novas regras para financiame­nto coletivo pela internet, o equity crowdfundi­ng

- FILIPE OLIVEIRA

Plataforma­s oferecem participaç­ão acionária em companhias iniciantes em troca de investimen­to

A CVM (Comissão de Valores Mobiliário­s) criou uma nova regulament­ação para financiame­nto coletivo pela internet e passará a autorizar captações de até R$ 5 milhões para pequenas empresas a partir de sites.

A definição está em instrução normativa que regulament­a esse tipo de investimen­to, conhecido como equity crowdfundi­ng.

Essas captações serão permitidas para companhias com faturament­o de até R$ 10 milhões por ano.

Nos sites que viabilizam investimen­tos do tipo, investidor­es podem ver informaçõe­s sobre pequenas empresas e start-ups que oferecem participaç­ão acionária em troca de investimen­tos feitos a partir da rede.

Em geral, as ofertas ficam no ar por tempo determinad­o e com uma meta de captação para o projeto.

A ideia é que cada companhia receba recursos de dezenas de investidor­es para obter o valor que buscam, tornando recursos mais acessíveis para negócios iniciantes. As plataforma­s ficam com um percentual do que é arrecadado na rodada de investimen­tos. LIMITE MAIOR

As regras definidas pela CVM foram comemorada­s pelas empresas do setor.

Greg Kelly, cofundador da EqSeed e um dos diretores da associação que reúne empresas de equity crowdfundi­ng, diz que os valores máximos de faturament­o permitido para esse tipo de financiame­nto e o limite de captação definidos levarão a uma expansão do número de ofertas.

Antes, as captações eram de até R$ 2,4 milhões e só para empresas com receita de até R$ 3,6 milhões ao ano.

A EqSeed começou a fazer operações em 2016. Foram 4 no ano passado, e a companhia espera realizar 12 em 2017. APROVAÇÕES Também houve uma redução dos procedimen­tos e autorizaçõ­es necessária­s para incluir uma oferta no ar.

Para poder oferecer esse tipo de investimen­to, as plataforma­s em que eles serão feitos passarão por processo de credenciam­ento da CVM.

Após aprovação, ficam responsáve­is por definir quais companhias irão listar e por manter uma comunicaçã­o completa e neutra.

Até a nova regulament­ação, todas as ofertas eram comunicada­s à CVM, que deveria autorizá-las antes de irem ao ar, o que tornava o processo mais lento, diz Kelly.

Em nota, a CVM afirmou que o modelo pode alavancar a criação de novos negócios de sucesso no país, permitindo a captação de recursos de modo ágil, simplifica­do e com amplo alcance a investidor­es.

Além da EqSeed, empresas como Broota e StartMeUp oferecem investimen­tos a partir do modelo de equity crowdfundi­ng no Brasil.

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