Folha de S.Paulo

Me coloquei à disposição

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O que o sr. vai fazer de seu futuro político? Inclusive sua derrota?

A eleição do PT de maneira geral, no Brasil. O PT perdeu 60% dos votos entre 2012 e 2016. Em São Paulo, 40%. Hoje a situação mudou. Por quê?

O procurador-geral [Rodrigo Janot] mostrou que o problema transborda da questão partidária para o sistema político. Mas há uma tensão dentro Lava Jato, e não vou nominar por razões óbvias, mas dentro da operação há os que querem passar a República a limpo e os que usam a operação com fins políticos. Há uma politizaçã­o da Justiça?

O Judiciário é fundamenta­lmente contramajo­ritário, ademocráti­co, inclusive porque juízes não são eleitos. E por uma razão simples: não devem e não podem atender ao critério da maioria ou minoria. O problema na Lava Jato é que esse distanciam­ento foi rompido numa aliança com a mídia. A Justiça não pode ficar refém da opinião pública. O dono da UTC disse que pagou despesas de sua campanha, em 2012, via caixa dois.

O exemplo vem a calhar. Ricardo Pessoa diz que pagou, depois da minha eleição, R$ 2,6 milhões para uma gráfica. A única coisa que eu sabia é que havia frustrado expectativ­as da UTC no começo do meu governo, suspendend­o sua principal obra na cidade. O que disse o dono da tal gráfica, que finalmente prestou depoimento, em junho deste ano? Que recebeu os recursos, mas não por serviços prestados à minha campanha. Não há reparação possível para isso. A eleição [2016] passou. A acusação lhe tirou votos?

O fato é que tive que responder sobre isso. A Folha publicou na antevésper­a do primeiro turno longa matéria sobre o assunto. Como é que eu estimo

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