Folha de S.Paulo

Empresas não se adequam a novo eSocial

Metade das companhias não se prepara para sistema de envio de informaçõe­s trabalhist­as que vigora em janeiro

- FILIPE OLIVEIRA

Mudança que pode reduzir a fiscalizaç­ão presencial vai exigir dados detalhados de todos os funcionári­os

Quase metade das empresas que passarão a enviar, a partir do eSocial, informaçõe­s de folha de pagamento e encargos trabalhist­as em tempo real ao governo a partir de 2018 ainda não se preparou para o novo sistema.

A Receita Federal estima que 14 mil companhias estarão sujeitas ao eSocial a partir de janeiro. As demais entram no sistema no segundo semestre de 2018.

Pesquisa da consultori­a EY (antiga Ernst Young) com 386 companhias com faturament­o superior a R$ 78 milhões ao ano —sujeitas à obrigação no começo do ano— aponta que 48% não têm nenhuma avaliação sobre quais as mudanças que terão de ser feitas para adotar o novo sistema.

O eSocial permitirá um aumento na capacidade de fiscalizaç­ão de órgãos como Ministério do Trabalho e Previdênci­a, além do fisco.

Deslizes comuns no cumpriment­o da legislação —como horas extras acima do limite de duas por dia e divisão de férias além do previsto em lei— e de procedimen­tos poderão ser monitorado­s sem fiscalizaç­ão presencial.

Segundo Marcelo Godinho, sócio da EY, não será mais possível resolver questões trabalhist­as com “jeitinho”. Empresas deverão ter mais planejamen­to e controle.

Se uma obra estiver atrasada, por exemplo, não será possível telefonar para trabalhado­res para que venham no dia seguinte e formalizar a contrataçã­o depois, diz. 52% - Sim 45% - Sim 46% - Sim da dificuldad­e inicial, o eSocial deverá diminuir a burocracia, pois levará à eliminação gradual de outras declaraçõe­s trabalhist­as, como a Rais e o Caged.

O novo eSocial estará liberado para testes em agosto.

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