Empresas não se adequam a novo eSocial
Metade das companhias não se prepara para sistema de envio de informações trabalhistas que vigora em janeiro
Mudança que pode reduzir a fiscalização presencial vai exigir dados detalhados de todos os funcionários
Quase metade das empresas que passarão a enviar, a partir do eSocial, informações de folha de pagamento e encargos trabalhistas em tempo real ao governo a partir de 2018 ainda não se preparou para o novo sistema.
A Receita Federal estima que 14 mil companhias estarão sujeitas ao eSocial a partir de janeiro. As demais entram no sistema no segundo semestre de 2018.
Pesquisa da consultoria EY (antiga Ernst Young) com 386 companhias com faturamento superior a R$ 78 milhões ao ano —sujeitas à obrigação no começo do ano— aponta que 48% não têm nenhuma avaliação sobre quais as mudanças que terão de ser feitas para adotar o novo sistema.
O eSocial permitirá um aumento na capacidade de fiscalização de órgãos como Ministério do Trabalho e Previdência, além do fisco.
Deslizes comuns no cumprimento da legislação —como horas extras acima do limite de duas por dia e divisão de férias além do previsto em lei— e de procedimentos poderão ser monitorados sem fiscalização presencial.
Segundo Marcelo Godinho, sócio da EY, não será mais possível resolver questões trabalhistas com “jeitinho”. Empresas deverão ter mais planejamento e controle.
Se uma obra estiver atrasada, por exemplo, não será possível telefonar para trabalhadores para que venham no dia seguinte e formalizar a contratação depois, diz. 52% - Sim 45% - Sim 46% - Sim da dificuldade inicial, o eSocial deverá diminuir a burocracia, pois levará à eliminação gradual de outras declarações trabalhistas, como a Rais e o Caged.
O novo eSocial estará liberado para testes em agosto.