NEGÓCIO DE ‘SER-HUMANINHO’
FOLHA
Numa esquina da rua Oscar Freire, zona oeste de São Paulo, uma sorveteria gourmet deu lugar a um espaço que vende bolos, bombons, petiscos diet e pratos feitos com carne de cordeiro e coelho, além de opções de cervejas e vinhos.
Mas, agora, quem consome no local, a Padaria Pet, são os bichos de estimação.
Oferecer produtos e serviços similares aos de consumo humano foi a alternativa encontrada pelos irmãos gêmeos Rodrigo e Ricardo Chen, 36, para crescer num período de crise econômica e desaquecimento do mercado.
Eles abriram a primeira unidade, no bairro de Pinheiros, em 2015, ano em que, pela primeira vez desde 2011, o crescimento do setor foi menor que a inflação registrada (7,59% contra 10,67%). Em 2016, o resultado foi o mesmo: 4,94% ante 6,29%.
De acordo com Ricardo Calil, gerente regional do Sebrae-SP, a tendência de humanização dos animais é um “caminho sem volta”.
“Num setor que vinha crescendo a passos largos, o modelo padrão de lojinha e banho e tosa começa a estagnar e virar commodity. A decisão de escolha fica baseada apenas em preço e atendimento”, diz. “Por isso, as pessoas que inovam têm uma possibilidade muito grande de sair na frente e ter crescimento maior do que a média. Há mercado para isso.”
Ao lado do amigo Arquelau So, 40, os irmãos Chen investiram R$ 500 mil para a criação dos produtos humanizados e para a reforma do ponto. Foi o início de um negócio que hoje vai além de uma confeitaria para bichos.
Desde então, eles franquearam a primeira loja, abriram o espaço conceito nos Jardins e ainda esperam inaugurar outras duas franquias, na Chácara Klabin, em São Paulo, e em Vila Velha (ES), entre outras iniciativas. Ao todo, faturaram cerca de R$ 1,5 milhão em 2016 e há expectativa de crescer 10% em 2017 com a maturação do negócio.
“O dono quer que o pet tenha o mesmo estilo de vida dele. Trata o bicho como fi-