Abilio diz que Brasil está melhorando e empresários precisam acreditar no país
Empresa da família do ex-controlador do Pão de Açúcar faturou R$ 850 milhões com abertura de capital do Carrefour no país
O empresário Abilio Diniz disse nesta quinta-feira (20) que o Brasil está “muito melhor”, que há sinais de retomada e instou o empresariado a “acreditar no país”.
“Temos que gostar mais deste país e acreditar mais neste país. Não dá para ficar só nos queixando. Temos de fazer nossa parte. E os empresários precisam assumir essa responsabilidade. Temos que puxar a fila, puxar o desenvolvimento. Esse país precisa aumentar sua produtividade.”
As afirmações foram feitas durante discurso na B3 (antiga BM&FBovespa) para o evento de estreia das ações no Brasil da rede francesa Carrefour, do qual é acionista e membro do conselho.
Segundo ele, o IPO (oferta inicial de ações) do Carrefour Brasil, a maior operação do tipo no país em quatro anos, é “a prova de que o Brasil é um país forte, que supera todas as dificuldades e que já está andando”.
O IPO rendeu mais de R$ 850 milhões em valores brutos para a Península, empresa de investimentos da família Diniz, que vendeu 56,8 milhões de ações.
“Quando começamos a trabalhar nesse IPO, durante todo o processo e mais recentemente, tinha gente que dizia: ‘Vocês estão malucos, vão fazer um IPO dessa dimensão neste Brasil de hoje?’ E nós estamos fazendo.”
Na terça (18), o Carrefour Brasil precificou o IPO no piso da faixa de preço indicativa, a R$ 15 por ação —o preço sugerido ia até R$ 19. A operação movimentou R$ 5,125 bilhões, considerando os lotes primário (ações novas) e secundário (papéis detidos por atuais sócios).
Apesar do discurso otimista, as ações abriram em baixa, chegando a cair 4,3%. No primeiro dia de negociação, fecharam a R$ 14,90 (0,67%).
Sem deixar de relembrar o passado na concorrência, Abilio mencionou sua experiência anterior com o Pão de Açúcar e enfatizou o valor das companhias abertas.
“Fiz o primeiro IPO de empresa de distribuição de varejo no Brasil em 1995. Companhias de capital aberto têm muito mais clareza”, disse.
“Estive do outro lado, sempre admirei e copiei o Carrefour. Copiar para procurar fazer melhor, procurar bater, procurar ganhar no jogo. Sempre admirei e agora tenho a possibilidade de ajudar neste projeto”, disse, em referência ao anos em que ergueu o Pão de Açúcar, até deixar a operação após disputa com os sócios do Casino, em 2013.
Em dezembro de 2014, Abilio comprou 10% do Carrefour brasileiro por R$ 1,8 bilhão.