Sinal de rádio de estrela a 11 anos-luz de distância da Terra intriga cientistas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA - Cientistas ligados ao radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, comunicaram a seus colegas a detecção de sinais de rádio estranhos vindos da estrela anã vermelha Ross 128, a apenas 11 anos-luz da Terra.
Depois disso, outros cientistas foram chamados para confirmar ao menos que o sinal existe mesmo e está vindo de Ross 128. O que não vai ser fácil —o único outro radiotelescópio no mundo que seguramente poderia detectálo é o chinês Fast, que ainda está em fase de calibração.
“Nós não sabemos a origem desses sinais, mas há três explicações principais”, diz Abel Mendez, da Universidade de Porto Rico, líder da descoberta. “Eles poderiam ser emissões de Ross 128 similares a erupções solares do tipo 2, emissões de outro objeto no campo de visão de Ross 128 ou apenas um disparo de um satélite em órbita alta, já que satélites em órbita baixa se movem rapidamente para fora do campo de visão.”
Ele ressalta que a hipótese de inteligência extraterrestre está no pé da lista de possibilidades. Primeiro, porque o sinal tem uma banda larga, típica de fenômenos naturais. Segundo, porque “inteligência extraterrestre” é, por padrão, sempre a hipótese menos provável. Afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias.
O sinal consistiu em pulsos quase periódicos, observados em 12 de maio e descobertos nos dados somente duas semanas depois. “O sinal não só se repetia com o tempo, mas também ia descendo pelo sintonizador, algo como um trombone indo de uma nota mais alta para uma mais baixa”, descreveu o astrônomo Seth Shostak, do Instituto Seti.
Diante do mistério, mais observações foram feitas no último domingo (16), mas ainda não há novas conclusões. (SALVADOR NOGUEIRA)