A Cidade Velha fica na porção ocidental de Jerusalém, território palestino ocupado
O governo de Israel impôs nesta sexta (21) restrições de entrada à Cidade Velha de Jerusalém, irritando os palestinos e resultando em episódios de violência que deixaram ao menos seis mortos.
Após a polícia anunciar a proibição de entrada de homens com menos de 50 anos durante os horários de reza, manifestantes palestinos entraram em confronto com policiais israelenses na cidade e em diferentes pontos da Cisjordânia. Em Jerusalém, morreram três palestinos.
Mais tarde, um palestino invadiu uma casa no assentamento judaico de Halamish, na Cisjordânia, e matou três israelenses a facadas. Um soldado de folga ouviu os gritos e atirou contra o agressor, que ficou ferido.
O aumento das tensões ao longo do dia levou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a suspender “todos os contatos com Israel” até que as restrições de acesso em Jerusalém sejam revertidas.
A medida foi tomada pelas autoridades israelenses após uma semana conflituosa.
Na sexta passada (14), três atiradores árabes-israelenses abriram fogo contra policiais próximo à Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos judeus como Monte do Templo, em um dos acessos à área da Cidade Velha. Dois soldados morreram no local, e os agressores foram mortos em seguida.
O ataque levou Israel a instalar, no domingo (16), detectores de metal nas entradas do local santo, o que alimentou protestos e confrontos quase diários entre palestinos e policiais israelenses.
A segurança foi reforçada, com mais de 3.000 policiais israelenses espalhados pela Cidade Velha.
Líderes muçulmanos em territórios palestinos pediram que fiéis rezassem nas ruas em sinal de protesto.
“Se deixarmos, eles [israelenses] tomarão a mesquita completamente”, disse o fiel Fakhri Abu Diab, 55. “Se resistirmos, eles irão parar.”
Os palestinos acusam Israel de usar as medidas restritivas para aumentar seu controle sobre a Cidade Velha, território de cerca de 1 km² com locais sagrados para judeus, muçulmanos e cristãos. TERRITÓRIO OCUPADO por Israel em 1967. Sua posterior anexação nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.
O governo de Israel disse estar comprometido em “manter a liberdade de acesso aos locais santos” e nega a acusação de que quer impor seu domínio sobre o Monte do Templo.
A controvérsia sobre os detectores de metal envolveu líderes estrangeiros.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu a retirada dos dispositivos “o mais rápido possível”, dada a “importância do local para todo o mundo muçulmano”.
Autoridades da Jordânia também apelaram para que Israel remova os detectores de metal do local.