Dormia na casa da namorada —segundo ela disse à Justiça.
CONTRADIÇÕES Embora isolados e cheio de contradições, os depoimentos das vítimas foram considerados suficientes para que a polícia e a Promotoria pedissem a prisão do grupo.
Entre as principais divergências está, por exemplo, o número exato de pessoas que teriam participado do roubo. Há versões sobre quatro, três e dois criminosos, a depender da vítima e do momento em que a versão foi dada.
Outra incongruência: na polícia, o motorista reconheceu Ygor como sendo o motorista de um Fiesta usado no crime. Já a outra vítima disse ter visto Ygor, mas sentado no banco do passageiro do carro.
Diante da juíza, porém, o motorista não reconheceu Ygor. Reconhecia apenas dois dos quatro suspeitos. Já seu ajudante manteve o reconhecimento do atendente, mas como sendo motorista do Fiesta (não mais o passageiro).
A maior divergência entre as versões se deu sobre a rua onde o ataque teria ocorrido. O motorista disse que ele aconteceu na estrada do Alvarenga, repetindo a versão dada antes.
Já a outra vítima, o ajudante, disse que o caminhão não foi abordado na Alvarenga, mas em uma via paralela — que não soube dizer o nome.
Em investigação própria, a “brigada” de Ygor havia conseguido imagens de câmeras de segurança e localizado testemunhas que garantiram em juízo não ter ocorrido crime, naquele dia e horário.
Fazem parte da “brigada” pai, mãe, irmãos, tios, tias, namorada, madrinha e amigos. Além das 22 pessoas da linha de frente, outras 31 ajudaram de forma indireta.
A promotora Fabiane Levy Foá, responsável pelo caso, não viu problemas nas contradições e manifestou-se contrária à soltura de Ygor.
Para a magistrada Camurri, porém, as brechas nas versões são relevantes demais para serem ignoradas. “Em atenta análise aos depoimentos das duas vítimas, colhidos em audiência de instrução, verificaram-se contradições consideráveis entre ambos, as quais não podem ser desprezadas”, diz a decisão.
A ordem da juíza garante o direito de Ygor de recorrer em liberdade, mas não é uma absolvição. O julgamento do caso ainda não tem data certa para ocorrer.
Um assunto para a família pensar depois: “Hoje é só felicidade. É o dia mais feliz da minha vida”, disse a amiga da família Danielle Soares da Costa, ao lado de Ygor.