Purgatório
Com folha salarial milionária, campanha ruim e protestos de torcedores, Internacional enfrenta uma série de problemas na segunda divisão
dou seguir. A reclamação dos visitantes fez a partida ficar parada por 12 minutos.
Na entrevista após o jogo, o técnico Guto Ferreira disse para repórter do SporTV que não retrucou a pergunta dela porque era “mulher e talvez não tenha jogado futebol”. Depois pediu desculpas.
O gol foi marcado por William Pottker, atacante contratado por ter sido destaque no Paulista. Chegou com salário de R$ 250 mil mensais. Nesta semana, a diretoria acertou com o centroavante Leandro Damião (R$ 500 mil).
O jogador mais caro do elenco é o meia argentino D’Alessandro, que recebe cerca de R$ 600 mil.
“Nossa projeção é de déficit no ano, mas o time de 2017 tem de ser mais caro do que o de 2016. Caímos [de divisão]”, constata o presidente Marcelo Medeiros.
A folha do elenco é de cerca de R$ 7,5 milhões por mês. Nenhum rival na Série B chega perto disso. O líder América-MG gasta cerca de R$ 600 mil mensais com salários. O mesmo que recebe D’Alessandro sozinho. Nenhuma outra equipe da divisão gasta mais do que R$ 1 milhão.
O clube tenta se reerguer nas finanças não apenas por causa do rebaixamento. Conseguiu se livrar do contrato do volante Anderson, hoje no Coritiba, que recebia R$ 500 mil. Mandou o argentino Ariel para o Barcelona (EQU). O pacote pelo atacante, somado salário e luvas, chegava a quase R$ 700 mil por mês.
Medeiros alega ter assumido o Inter, no início do ano, com R$ 25 milhões em contas vencidas. A projeção de faturamento para 2017 caiu de R$ 332 milhões para R$ 262 milhões. Uma das primeiras missões foi fazer acordo para parcelar dívida de R$ 44 milhões com o Banrisul.
À exceção do Fluminense, rebaixado para a Série C em 1998, nenhum dos grandes do Rio, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul deixou de voltar à elite no ano seguinte após a queda.
“Se a gente não subir vai ser um desastre”, diz Pottker.