Coreia do Norte faz novo teste com míssil
Pyongyang afirma que território continental dos EUA agora está em seu raio de alcance
A Coreia do Norte afirmou ter realizado o segundo teste neste mês com um míssil balístico intercontinental, o Hwasong-14.
A KCNA (agência de notícias estatal) informou na manhã deste sábado (29), noite de sexta no Brasil, que o ditador Kim Jong-un expressou “grande satisfação” com o lançamento do míssil e que o teste demonstra a habilidade de Pyongyang de atingir o território continental dos EUA.
O ditador disse ainda que o teste envia “uma séria advertência” aos EUA, que têm “soprado a trombeta” com ameaças de guerra e novas sanções contra Pyongyang.
O artefato atingiu uma altura máxima de 3.725 km e viajou 998 km desde o ponto de lançamento, em Mupyong-ni, no norte do país, até o mar do Japão.
Para analistas, os dados desse último lançamento indicam que cidades americanas como Los Angeles e Chicago já estão no raio de alcance de mísseis norte-coreanos de longo alcance.
Os dados divulgados são similares aos detectados mais cedo pelos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão. A Rússia, porém, disse que segundo suas análises se trataria de um míssil de médio alcance.
O primeiro teste norte-coreano com um míssil intercontinental foi no último dia 4 e alarmou a comunidade internacional dias antes da cúpula do G20, em Hamburgo, na Alemanha. REAÇÃO Enquanto isso, os militares americanos se preparam para outro teste de um sistema de intercepção de mísseis no Alasca, que poderia acontecer neste sábado (29).
Após o lançamento nortecoreano, militares dos EUA e da Coreia do Sul realizaram exercícios com mísseis como resposta a Pyongyang.
Um comunicado divulgado por Washington afirma que os mísseis caíram em “águas sul-coreanas ao longo da costa leste” do país.
Os Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte conseguirá desenvolver um míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear em 2018.
A nova avaliação, feita em caráter confidencial pela Agência de Inteligência em Defesa do Pentágono, reduz em dois anos o prazo previsto anteriormente para que o regime norte-coreano consiga produzir um míssil nuclear capaz de atingir os EUA.
Para o ex-chefe da missão do Escritório de Segurança Nacional para a Coreia do Norte, “houve um progresso alarmante”.
Para produzir um míssil intercontinental com capacidade nuclear, é preciso tecnologia para miniaturizar uma ogiva e para garantir que o projétil não seja destruído pelo atrito do ar ao reentrar na atmosfera terrestre. Ainda não está claro se a Coreia do Norte é capaz de fazê-lo, embora o regime afirme que sim.