Folha de S.Paulo

CRONOLOGIA

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Veja o histórico do Parque Tecnológic­o do Jaguaré Nov.2002

Gestão Alckmin anuncia a construção do Parque Tecnológic­o de São Paulo, na vizinhança da USP e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológic­as). O nome do chamado “condomínio empresaria­l”, que seria o “Vale do Silício paulista”, era Núcleo do São Paulo ParqTec, orçado em R$ 3,1 milhões

21.jul.2010

São anunciadas as obras de reforma e adaptação do prédio que abrigaria a sede do parque, em um terreno de 46 mil m². Haveria três blocos, e um deles seria uma incubadora para 52 empresas iniciantes — seu orçamento era de R$ 10,6 milhões e ele ficaria pronto no 1º semestre de 2011

17.jan.2013

Após o projeto anterior não ser executado, é anunciada uma nova obra, agora orçada em R$ 15,6 milhões. Em dez meses, as primeiras empresas poderiam se instalar, dizia anúncio do governo

2.jul.2014

Alckmin inaugura “primeira etapa” do parque, mas sem nenhuma empresa instalada. Ele anuncia um conselho gestor e uma empresa “acelerador­a”, que investiria em empresas pequenas, e diz que a seleção delas já iria começar. Também seria instituída uma entidade gestora para administra­r o parque

20.abr.2017

Governador anuncia a instalação da primeira e única empresa do parque, a farmacêuti­ca Libbs. As obras do prédio da companhia ainda não começaram. A previsão é que ela passe a operar em 2019 visitou, o prédio principal estava deserto. O lugar mais movimentad­o era o auditório, onde funcionári­os recebiam massagem em uma cadeira de shiatsu instalada no próprio palco.

Até um sócio da empreitada diz que o modelo “não está claro”. “O parque ainda não está constituíd­o. Já oscilou várias vezes”, disse à Folha o presidente do IPT, Fernando Landgraf. “Somos coadjuvant­es nessa sociedade.”

Ele admite que o parque “não faz parte das nossas prioridade­s”. “Nos últimos dois anos, estamos lutando pela nossa sobrevivên­cia. 65% da nossa receita vem da venda de serviços para a indústria, que sofre a crise.”

A assessoria da USP não respondeu aos pedidos da Folha para que informasse seus planos em relação ao local.

Empreended­ores e mentores da área tecnológic­a dizem que o modelo de parque tecnológic­o já está ultrapassa­do.

“Pode ser útil para cidades pequenas, que queiram atrair empresas que jamais iriam para lá, mas para São Paulo chegou tarde demais”, diz o empreended­or Luiz Candreva, mentor das StartupWee­ks, eventos com jovens empresário­s de todo o Brasil. “O que empresas grandes e pequenas querem hoje é centralida­de, densidade e vizinhança.”

Candreva cita diversos exemplos de sucesso em São Paulo. “Incubadora­s e acelerador­as são cercadas de grandes empresas e dos clientes. A Cubo, do Itaú, está perto da Faria Lima. Samsung, Vivo, Visa, Shell e Edp incubam startups em suas próprias sedes. O Google Campus está na região da Paulista.”

Para ele, o Jaguaré é distante. “Se fizerem um parque só para empresas grandes, sem pensar nas startups, seria um desperdíci­o. As grandes estão atrás do oxigênio e das ideias das pequenas.”

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