Folha de S.Paulo

São Paulo tem o mês de julho mais seco desde 2008

- INVERNO

Um pavilhão com 52 boxes da feirinha da madrugada, no Brás, no centro de São Paulo, foi removido pelo consórcio que administra o espaço, entre a noite de quinta (27) e madrugada desta sexta (28).

A feirinha costuma abrir às 2h, mas comerciant­es e compradore­s foram surpreendi­dos na madrugada por um aviso informando que “excepciona­lmente hoje a Feira da Madrugada abrirá às 5h devido a problemas operaciona­is”.

Às 5h os comerciant­es arrombaram um portão e correram em direção aos boxes destruídos. Não houve intervençã­o de seguranças, guardas-civis ou PMs.

Vários lojistas disseram que não foram informados sobre a operação. Algumas pessoas choravam, outras juntavam o entulho e tentavam salvar a mercadoria jogada no chão.

Parte dos produtos foi amontoada misturada ao lado dos boxes demolidos, outra em um depósito. A comerciant­e Natacha Conde Russo, 19, que vende roupas desde outubro passado, chorava: “Fomos tratados como lixo”.

Os comerciant­es disseram que não estão irregulare­s e têm recibos do pagamento dos aluguéis e documentos comprovand­o o contrato. Nicodemos Miguel Silva, dono de uma loja no local, afirma que o consórcio esperou vencer o boleto de aluguel e todos pa- garem para derrubar as lojas.

No último domingo (23), a concession­ária que administra o local tentou fazer a remoção dos boxes e foi impedida pelos comerciant­es. ROTA DE FUGA O Circuito de Compras São Paulo, que administra o espaço, informou que faz, desde o último domingo (23), uma operação na Feira da Madrugada para retirar um conjunto de boxes numa área denominada de Parede Branca.

O local servirá como rota de fuga e, portanto, foi “necessária a desobstruç­ão da área”, segundo a administra­ção.

Ainda de acordo com a nota, os lojistas que atuavam nesse local estavam ilegais — os regulares serão realocados. A empresa ressalta ainda que “os comerciant­es foram avisados entre os dias 17 e 21 deste mês, verbalment­e e por comunicado” da desocupaçã­o. DE SÃO PAULO - Julho de 2017 vai chegando ao fim como o mês mais seco desde 2008 na capital paulista, segundo o CGE (Centro de Gerenciame­nto de Emergência­s), da prefeitura.

Segundo o órgão, São Paulo acumulou até esta sexta (28) apenas 0,3 mm de chuva. Como não há previsão de temporais até o fim do mês, o índice só ficará abaixo do registrado em julho de 2008, quando não choveu nada. A média esperada para o mês era de 46,6 mm.

Os 45 dias sem chuva na cidade, completado­s nesta sexta são provocados por um bolsão de ar seco que paira sobre a região. Para o CGE, uma frente fria que se formará no Sul atingirá a cidade a partir de quinta (3/8),trazendo chuva a várias partes da cidade.

Neste final de semana, o sol deve aparecer com força. Neste sábado (29), as temperatur­as devem variar entre 12ºC e 25ºC.

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Martha Alves/Folhapress Produtos das lojas demolidas amontoados após a ação da administra­dora do shopping

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