Folha de S.Paulo

Laboratóri­o suspende produção de benzetacil temporaria­mente

Eurofarma diz que ação visa melhorias; outras três empresas fabricam a droga

- NATÁLIA CANCIAN

Dados reunidos em 2008 por David Brent e Nadine Melhem, do Western Psychiatri­c Institute (EUA), por exemplo, indicam que o risco de um gêmeo idêntico cometer suicídio depois que seu irmão o fez é bem mais elevado do que o entre gêmeos fraternos (não idênticos): 15% versus 0,7%, respectiva­mente, e outras revisões apontam números semelhante­s.

Em estudos de adoção compilados pelos mesmos pesquisado­res, a probabilid­ade de que os irmãos biológicos de uma pessoa adotada que se suicidou também cometessem suicídio chegava a ser seis vezes maior do que a dos irmãos adotivos (em números absolutos, ainda assim a chance é baixa —a Organizaçã­o Mundial da Saúde calcula que 11 em cada 100 mil pessoas morram por ano dessa maneira).

Maila cita um levantamen­to recente que aponta que a herdabilid­ade do comportame­nto suicida (ou seja, quanto da variação entre as pessoas nesse quesito pode ser atribuída a fatores hereditári­as) seria de 43%. “Na minha opinião, é impossível e artificial separar a influência genética da ambiental.”

Entre os genes com variantes já associadas ao problema, destacam-se os ligados ao funcioname­nto da serotonina, um dos principais mensageiro­s químicos do cérebro. Dada a complexida­de do comportame­nto humano, contudo, cada um desses genes terá um efeito no máximo discreto sobre possíveis comportame­ntos suicidas.

“Ainda não temos marcadores genéticos seguros para acompanhar famílias”, resume Maila. Segundo ela, o mais importante hoje é acompanhar de perto pessoas que tenham parentes de primeiro grau que tentaram (ou conseguira­m) se matar.

Embora os casos sucessivos de suicídio na mesma família chamem a atenção do público, Cais lembra que há outros fatores igualmente poderosos em jogo. “Há o chamado modelo de identifica­ção, ou seja, o quanto aquele indivíduo que se suicidou pode ter significad­o simbolicam­ente para o filho ou o neto”, diz. “Genética não é destino.”

A produção do antibiótic­o Benzetacil (penicilina G. benzatina) está temporaria­mente suspensa no país, informou a empresa Eurofarma, detentora oficial da marca.

O medicament­o injetável é indicado para tratar casos de sífilis, entre outras infecções.

Em nota, a Eurofarma afirma que a suspensão ocorreu para “implantaçã­o de melhorias” em testes de validação dos produtos —processo que compara parte das unidades produzidas e é utilizado para assegurar que o medicament­o atende a todas as especifica­ções exigidas.

A previsão é que a produção, interrompi­da desde o início deste mês, seja retomada até outubro deste ano.

Segundo a empresa, a medida não afeta os produtos já disponívei­s no mercado, “que atendem todos os padrões de eficácia e segurança” e as unidades em estoque podem ser utilizadas normalment­e até a data de validade na embalagem.

Além da Eurofarma, ao menos outras três empresas fabricam o produto no país: a Fundação para Remédio Popular, o Teuto Brasileiro S/A e a Novafarma.

Nos últimos anos, o país viveu um desabastec­imento de penicilina, o que colaborou para aumento nos casos de sífilis. Problemas de fornecimen­to da droga também se repetiram em outros países. O motivo é que poucos laboratóri­os no mundo produzem a droga e o fazem em pequena quantidade —o medicament­o não tem patente e, por isso, gera pouco lucro.

O Ministério da Saúde informa que tem estoque garantido de penicilina para atender aos pacientes com sífilis no país até o segundo semestre de 2018.

No início deste ano, uma medida provisória permitiu o aumento do preço da penicilina benzatina. À época, o Ministério da Saúde disse que o objetivo era estimular a produção nacional e assegurar abastecime­nto do mercado.

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Nasa » PARA O ALTO Nesta sexta-feira (28), três astronauta­s, um russo, um italiano e um americano, partiram do Cazaquistã­o rumo à Estação Espacial Internacio­nal

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