Folha de S.Paulo

Sinceramen­te? Não. Não

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Novo técnico da seleção brasileira masculina de basquete, César Guidetti, 47, sabe que não é unanimidad­e.

Porém, após levar o Pinheiros à semifinal do último NBB, no capítulo mais recente de uma carreira construída sem pressa, o convite para dirigir a equipe na Copa América não o surpreende­u.

“Estou preparado. Aceitei sem susto o desafio”, diz.

O desafio fica maior em meio à crise financeira que a CBB (Confederaç­ão Brasileira de Basquete) enfrenta.

O fluxo de caixa reduzido já pode afetar sua primeira convocação, impondo dificuldad­es no pagamento de seguros para os atletas.

Planejando um time jovem, o técnico pode ficar sem revelações como o ala Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, que está em seus planos.

A seleção enfrenta em Medellín, Colômbia, os anfiriões, além de Porto Rico e México, a partir de 25 de agosto. Folha - Como foi a aproximaçã­o da CBB?

César Guidetti - Foi tudo muito rápido. Falaram comigo há uma semana e perguntara­m se eu tinha interesse de participar da comissão técnica. Mas não falaram nada sobre ser o treinador principal. Eu já havia aceitado, mesmo pensando em ser assistente. Muitas pessoas ligadas ao basquete nacional foram pegas de surpresa. Você também? por achar que deveria ser eu o escolhido, mas fiz meu trabalho também. Foram seis anos como assistente no Pinheiros e mais dois como técnico. Depois de levar o time à semifinal do NBB, estava no bolo. Qualquer um neste estágio merecia chance. Quem está mais ligado ao basquete entende. Estive mais nos bastidores. Nunca me apressei, mas me preparei. Aceitei sem susto. É um desafio, mas tem de encarar. O fato de o trabalho, a princípio, estar limitado à Copa América atrapalha?

Foi colocado no comunicado da CBB sobre ser “interino”, mas me disseram que não existe nada fechado sobre novo técnico. Não levo isso em consideraç­ão. Tenho total confiança de que podemos fazer bom torneio. Aí veremos. A CBB pede renovação. Você se projetou com jovens. Isso te deixa mais confortáve­l?

Legal a ideia. A CBB quer a renovação em todos os sentidos. Cresci em categorias de base. Para chegar ao alto nível, é interessan­te passar por todas as etapas. Você vai deixando alguns erros para trás. Você terá menos de um mês de trabalho. Preocupa?

Já passei por situações parecidas. Não assusta. É a realidade dos torneios. Mas é possível passar um sistema. Os problemas financeiro­s da CBB afetam a convocação?

Impõe restrições. Pode ser que não tenhamos condição de bancar alguns seguros. Por isso, alguns nomes talvez fiquem fora. Está sendo feito esforço. É a realidade da CBB.

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Daniel Vorley/ECP Guidetti assume seleção após vários trabalhos na base

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