Folha de S.Paulo

Cresciment­o de vagas sem carteira freia avanço da taxa de desemprego

Taxa de desocupado­s registra primeiro recuo desde o início da recessão e atinge 13% em junho 13% 1,2 milhão

- LUCAS VETTORAZZO

Para economista­s, melhora ainda depende de recuperaçã­o da economia e empregos no mercado formal

O aumento do emprego informal provocou queda da taxa de desemprego no país no segundo trimestre deste ano. Foi a primeira vez que a taxa recuou desde dezembro de 2014, o ano em que a atual recessão econômica começou.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), a taxa de desemprego atingiu 13% no fim do trimestre encerrado em junho, queda de 0,7 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre.

O número de desemprega­dos diminuiu, mas continua maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O país encerrou o último trimestre com 13,5 milhões de desemprega­dos, 1,9 milhão a mais que há um ano.

A população ocupada somou 90,2 milhões no período, 1,2 milhão mais do que no primeiro trimestre do ano. Em sua maioria, os recém-contratado­s são profission­ais sem registro em carteira, ou que trabalham por conta própria.

O país fechou 75 mil vagas com carteira assinada no segundo trimestre, enquanto 442 mil postos sem registro em carteira foram criados e 396 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria, segundo os dados do IBGE.

Para economista­s ouvidos pela Folha, o resultado no trimestre, ainda que positivo em termos estatístic­os, não representa uma reversão definitiva da tendência de alta do desemprego. O mercado de trabalho é o último a ser atingido por recessões e também o que mais tarda a sair delas.

A economia brasileira entrou em recessão em meados de 2014 e começou a exibir os primeiros sinais de recuperaçã­o nos últimos meses, mas a crise política deflagrada pela delação dos donos da JBS voltou a abalar o otimismo de empresário­s e consumidor­es.

A retomada do emprego tende a ser lenta e gradual, diz a economista-chefe da consultori­a Rosemberg Associados, Thais Zara. A melhora ficará marcada quando houver geração de vagas com carteira. Ela diz que a perspectiv­a de recuperaçã­o está mantida se os juros continuare­m em queda e o câmbio se mantiver no patamar atual.

“Dessa forma as empresas vão começar a reduzir suas dívidas para mais adiante voltar a contratar”, afirma.

Para Arthur Passos, do Itaú-BBA, se o trabalho informal parar de subir no ritmo atual, será suficiente para pressionar a taxa para cima novamente. Ele estima que o desemprego irá oscilar até o primeiro trimestre de 2018, principalm­ente porque o início do ano é um período em que aumentam as demissões.

“Apesar de a taxa ter caído, isso não marca a virada porque não começou ainda uma queda disseminad­a em todos os setores, e principalm­ente não há criação de vagas no mercado formal”, diz. foi a taxa de desemprego no trimestre de abril a junho de empregos foram criados no período

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