Folha de S.Paulo

Privatizar usinas será positivo, diz Eletrobras

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DA REUTERS

O presidente da estatal Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse que a proposta do governo federal de permitir privatizaç­ões de hidrelétri­cas antigas da companhia, que operam em um chamado “regime de cotas”, com tarifas baixas, é positiva para a companhia e pode gerar ganhos também para o consumidor.

A medida consta de propostas para uma reforma que o governo pretende promover no setor elétrico entre o segundo semestre deste ano e o início do ano que vem.

O executivo disse que a venda dos ativos é uma alternativ­a favorável. A vantagem para a estatal é que hoje a Eletrobras tem custos de em média R$ 40 por megawatt-hora para operar essas usinas, enquanto o “regime de cotas” prevê o repasse da produção de energia às distribuid­oras por preços entre R$ 30 e R$ 40 por megawatt-hora.

Pela proposta do governo, após a privatizaç­ão a energia das hidrelétri­cas poderá ser vendida pelos novos donos a preços de mercado, bem mais elevados, na casa dos R$ 200 por megawatt-hora, em um processo que vem sendo chamado de “descotizaç­ão”.

“Sou favorável porque a descotizaç­ão pode trazer um benefício ao consumidor e para nós... É positivo porque temos cotas com custo operaciona­l superior à receita com essas cotas. Passamos a ter uma opção nova”, disse.

A Eletrobras ficaria com um terço dos ganhos com as vendas, enquanto Tesouro e consumidor­es de energia dividiriam o resto dos recursos, pela proposta que ainda está em discussão com a equipe econômica.

Mas membros do governo já admitiram que pode haver ainda um repasse maior de recursos ao Tesouro, eventualme­nte com o compromiss­o de uma posterior capitaliza­ção da Eletrobras.

Segundo Ferreira, ainda é prematuro apontar quais usinas poderiam ser descotizad­as e eventualme­nte privatizad­as no futuro, mas ele ressaltou que a lista de ativos elegíveis ao processo envolve mais de 20 usinas.

O executivo afirmou ainda que a venda dos ativos pode ser importante para que a Eletrobras cumpra sua meta de operar em 2018 com custos iguais à receita. ATRASO O presidente da Eletrobras disse ainda que a estatal começará na segunda-feira (31) uma discussão mais aprofundad­a com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social) sobre o modelo para a venda de suas distribuid­oras de energia que atuam no Norte e Nordeste, e que a companhia prevê privatizar ainda neste ano.

As distribuid­oras da Eletrobras são fortemente deficitári­as e operam no Acre, em Alagoas, no Amazonas, em Rondônia, em Roraima e no Piauí.

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Edson Silva - 30.nov.13/Folhapress Usina de Marimbondo, de Furnas, subsidiári­a da Eletrobras

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