Em despesas —as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foram as mais afetadas pelo bloqueio do Orçamento.
Com receitas fracas e a antecipação de pagamento de precatórios, o setor público teve no mês passado deficit primário de R$ 19,5 bilhões e de R$ 35,1 bilhões no primeiro semestre deste ano.
O resultado primário corresponde ao resultado das receitas menos as despesas da União, dos Estados e dos municípios antes do pagamento dos juros da dívida.
Além da arrecadação mais fraca do que o esperado, consequência da fraca atividade econômica, houve aumento expressivo das despesas do governo federal em junho devido à antecipação de pagamentos em precatórios e sentenças judiciais.
Desde 2013, esses pagamentos ocorrem entre novembro e dezembro. Mas o governo decidiu neste ano antecipar os pagamentos para maio e junho. Foram R$ 10 bilhões pagos em maio e outros R$ 8,34 bilhões em junho.
A expectativa é que essa antecipação vai gerar uma economia de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões neste ano, uma vez que o governo paga juros nesses precatórios.
No acumulado de 12 meses encerrados em junho, as contas do setor público mostraram deficit de R$ 167,1 bilhões, ou 2,62% do PIB (Produto Interno Bruto) —até maio o rombo representava 2,47% do PIB. O patamar atual é o maior desde setembro de 2016: 3,04% do PIB.
A meta fiscal para este ano é de um deficit de R$ 143,1 bilhões para União, Estados e municípios. Só o governo federal tem que entregar uma economia de R$ 139 bilhões.
Para atingir esse objetivo, a administração de Michel Temer elevou na semana passada a tributação sobre os combustíveis, aumentando alíquotas do PIS e da Cofins e bloqueou mais R$ 5,9 bilhões Brasil subiu 29,3% no segundo trimestre ante o mesmo período de 2016, para R$ 2,3 bilhões, ajudado pela redução das despesas administrativas e pelo aumento da receita com serviços e tarifas. O resultado impulsionou os ganhos globais do banco espanhol. ESTADOS Somadas, as administrações estaduais e municipais tiveram resultado positivo de R$ 240 milhões em junho, ante superavit de R$ 98 milhões em igual período de 2016.
O saldo positivo foi decorrente do superavit dos governos estaduais, que somou R$ 346 milhões. No caso dos municípios, o resultado foi negativo em R$ 107 milhões.
No acumulado do ano, os Estados registram superavit de R$ 15,2 bilhões. Nos municípios, o resultado também foi positivo: R$ 3,7 bilhões.
De acordo com Fernando Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, o resultado de Estados e municípios veio melhor do que o esperado, devido ao aumento na arrecadação com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). (MAELI PRADO)