Folha de S.Paulo

Em Montevidéu, há cerca de 380 farmácias, segundo o Centro de Farmácias do Uruguai.

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EM MONTEVIDÉU

Em quase dez dias de venda de maconha em farmácias no Uruguai, o número de interessad­os inscritos no país aumentou em mais de 75%: passou de 4.893 (em 19 de julho, início da atividade) para 8.585, registrado­s na última sexta-feira (28).

Esse montante já supera o de autocultiv­adores (pessoas que têm autorizaçã­o para plantar cannabis em casa): 6.946, segundo dados do Ircca (Instituto de Regulação e Controle da Cannabis), órgão governamen­tal responsáve­l pelo sistema.

Após a entrega inicial, os estoques de maconha das farmácias de Montevidéu se esgotaram no mesmo dia, e um novo lote foi entregue após cinco dias. Novamente a demanda foi maior do que a oferta, e uma terceira leva foi planejada pelo governo três dias mais tarde.

Na manhã da última quinta-feira (27) estava prevista a chegada de novos lotes.

Mas na farmácia Antártida, que fica a apenas dois quarteirõe­s e meio da Prefeitura de Montevidéu, no centro da capital –uma das quatro que aderiram ao sistema—, reinava o vazio: só havia as três funcionári­as do local, que aproveitav­am a calma para limpar vidraças e arrumar as bijuterias expostas em uma das prateleira­s.

“Estamos esperando”, limitaram-se a comentar. “De cada 10 ligações que recebemos, 9 são para saber se já temos maconha de novo”, contou à Folha a funcionári­a de outra farmácia da capital, que não quis se identifica­r.

Até o final da tarde da última sexta (29), a reposição ainda não havia sido feita.

A frequência irregular de distribuiç­ão deve permanecer até que o instituto termine as primeiras avaliações do processo, no que vem chamando de “curva de aprendizag­em”, e introduza no mercado outras quatro variedades com THC (componente psicoativo da maconha) mais alto, de até 4%, e um maior número de estabeleci­mentos associados. PROCESSO

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