Qualquer número é prematuro. Não sei. Por enquanto não falo em número.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirma que o Palácio do Planalto deseja a permanência do PSDB na base aliada, mas que é “perfeitamente possível” governar sem os tucanos.
Em entrevista à Folha ,o ministro diz que o governo está pronto para votar a denúncia por corrupção contra o presidente Michel Temer nesta quarta (2) na Câmara, mas reafirmou que cabe à oposição colocar o quorum necessário para a votação ocorrer.
Ele manda um recado aos deputados de partidos aliados que são a favor da denúncia e possuem indicados em cargos da administração federal: “Quem não quer ser aliado vota contra. Aí, o governo, ao exonerar (esses indicados), não faz mais do que corresponder a esse desejo de não pertencer à administração”.
Alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal, Padilha diz ainda estar preparado Folha - Qual a estratégia para a sessão de quarta? O que o sr. acha que vai acontecer?
Eliseu Padilha - A estratégia é que a base de sustentação esteja preparada para votar. Se a oposição, que tem que fazer com que tenha 342 votos para poder pensar em votar, fizer um esforço para isso, poderemos ter o quorum. Mas os partidos da base somam 411 deputados. O governo não tem 342 para botar em plenário?
Em tese, tem. Agora, sabemos que muita gente viaja, acaba não estando aqui todos os dias de votação. À oposição é que interessa, neste momento, reverter o resultado da Comissão de Constituição e Justiça, e não ao governo. Há pelo menos 15 dias o Brasil inteiro sabe dessa data. O que Qual sua conta para a votação? O sr. diz “estamos prontos para votar, mas a oposição tem que dar quorum”. O governo trabalha, então, com a hipótese de não votar e ficar o mês de agosto pendurado nisso?
Quem trabalha com a hipótese de não votar é o plenário. O que talvez não seja possível é darmos todo o quorum apenas com os parlamentares do governo. Mas não é o governo que tem interesse em derrubar esse
O governo é feito pelos aliados. Quem não quer ser aliado vota contra. E, aí, o governo, ao exonerar, não faz mais do que corresponder a esse desejo de não pertencer à administração.