Famílias dividem espaço com lixo no Parque do Carmo
Local na zona leste está sem limpeza desde o final de 2016; frequentadores sofrem com sujeira e mau cheiro
Prefeitura diz que a contratação de uma equipe de manutenção estava parada no Tribunal de Contas
As famílias que frequentam o Parque do Carmo, em Itaquera (zona leste de São Paulo), são obrigadas a encarar muito lixo e mau cheiro.
A reportagem esteve no parque no último sábado (29) e viu crianças brincando em gramados cheios de garrafas PET, sacolas plásticas com lixo e muito papel. Teve até quem arriscasse deitar nos espaços sujos.
O local, assim como outros parques da cidade, está sem contrato com empresas de limpeza desde o fim de 2016. O Parque do Carmo está na lista de espaços que a gestão de João Doria (PSDB) pretende privatizar.
Algumas famílias até tentaram, em vão, achar um espaço mais limpo no gramado para esticar a toalha e curtir a tarde ensolarada. Os frequentadores também reclamam do mato alto em vários pontos do parque.
O pedreiro Cícero Justi de Oliveira, 32, precisou recolher o lixo do gramado do parque para poder sentar com sua família e fazer piquenique.
“Tive de usar o saco plástico que trouxe para recolher o meu lixo para colocar o lixo do parque. Não esperava encontrar tudo tão sujo”, disse.
O pedreiro e a família ficaram embaixo de uma árvore, por causa da sombra. Mesmo recolhendo parte do lixo, ainda tiveram que sentar ao lado do restante da sujeira. “Não teve muito para onde correr. Está tudo sujo”, disse.
Na tentativa de amenizar o problema, 95 ambulantes que trabalham no local fazem a limpeza por conta própria, mas não dão conta de tudo —o parque tem 1,5 milhão de metros quadrados, de acordo com a prefeitura. Segundo os ambulantes, apenas a área que receberá a Festa da Cerejeiras, no próximo fim de semana, vem sendo limpa. LICITAÇÃO
O tempo em São Paulo deve permanecer com baixa umidade até a próxima quinta-feira (3), quando uma frente fria chega à cidade, provocando chuviscos à noite. As informações são do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Com previsão de tempo firme para esta segunda (31), julho de 2017 terminará como o mês mais seco dos últimos nove anos, com apenas 0,8 milímetro de precipitação, resultado de garoas e chuviscos. A média esperada para o mês era de 46,6 mm, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura.
A última chuva aconteceu em 14 junho, com volume de 13,2 mm, segundo o órgão.
A ausência de chuvas na capital paulista, que chegou a 46 dias seguidos neste domingo (30), é provocada por um bolsão de ar seco que paira sobre a região e impede a formação de temporais.
A chuva é responsável por limpar a atmosfera e, por isso, a poluição tem se acumulado no céu de São Paulo e o céu ganhou uma tonalidade mais acinzentada.
A condição também favorece a queda da umidade relativa do ar, com índices abaixo de 30%. Para a Organização Mundial da Saúde, umidade menor do que 60% já é nociva à saúde.
Sintomas como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas e da pele, sangramento pelo nariz e irritação dos olhos são ocasionados pelo tempo seco.
Para combater e evitar essas consequências indesejáveis recomenda-se ingerir bastante água, usar soro fisiológico nos olhos e nas narinas, umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água e permanecer em locais protegidos do sol.