Folha de S.Paulo

Orquestra multinacio­nal chega a São Paulo

Composto por 80 jovens músicos de 26 países do continente americano, grupo tem sete integrante­s brasileiro­s

- AMANDA NOGUEIRA

Concertos abrem segundo semestre de temporada anual da Sociedade de Cultura Artística

Para abrir o segundo semestre de sua temporada anual, a Sociedade de Cultura Artística vai receber jovens músicos de todo o continente americano.

A atração das apresentaç­ões desta terça (1º) e desta quarta (2) será a YOA - Orquestra das Américas, composta por 80 músicos com idades entre 18 e 30 anos, vindos de 26 países da região.

Os músicos se juntam à violinista americana Nadja Salerno-Sonnenberg sob a batuta do mexicano Carlos Miguel Prieto, maestro que está há 15 anos à frente da YOA e, há uma década, é o diretor musical da Orquestra Sinfônica Nacional do México.

No primeiro concerto, o repertório inclui dois balés: o bem-humorado “Jogo de Cartas”, do russo Igor Stravinski (1882-1971), e “O Chapéu de Três Pontas”, do espanhol Manuel de Falla (1876-1946).

No outro, os músicos executam “El Salón México”, obra repleta de referência­s à música latina e aos bailes mexicanos, composta pelo americano Aaron Copland (19001990), e “Petrushka”, outro balé de Stravinski.

Em ambas as noites, a orquestra toca “As Quatro Estações Portenhas”, tango do compositor argentino Astor Piazzolla (1921-1992).

Após a passagem por São Paulo, a YOA se apresenta na programaçã­o do Festival Vermelhos, em Ilhabela, acompanhad­a do pianista brasileiro Ricardo Castro. PERSPECTIV­AS Um regente veterano como Prieto se faz necessário não somente por se tratar de um grupo de músicos pouco experiente, mas porque a formação da orquestra se renova a cada ano, propondo um desafio ainda maior na busca por unidade artística.

Desde sua fundação, em 2001, mais de mil jovens já passaram pela orquestra, que, neste ano, conta com sete brasileiro­s.

Um deles é o contrabaix­ista Davi Ciriaco, 24. Morador do distrito de São Mateus, na zona leste de São Paulo, o garoto aprendeu a tocar violão com a mãe e se apresentou na igreja antes de conhecer a música clássica pelo projeto Guri, que oferece educação musical gratuita a jovens de baixa renda.

Para ele, que cogitava um curso técnico em engenharia mecânica, fazer o bacharelad­o em música pela Unesp foi praticamen­te “um milagre”.

Atualmente patrocinad­o pelo Instituto Elga Marte, o músico faz mestrado na Temple University, na Filadélfia, e pretende continuar sua formação acadêmica nos Estados Unidos.“Tenho amigos que estão desistindo da música, a perspectiv­a da carreira para músicos aqui está muito limitada”, diz. QUANDO ter. (1º) e qua. (2), às 21h, na Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, São Paulo), e domingo (6), às 11h, no Teatro de Vermelhos (Baía dos Vermelhos, av. Governador Mário Covas, 11.970, Ilhabela) QUANTO de R$ 10 a R$ 500 pelo ingressora­pido.com.br

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