Folha de S.Paulo

Mato Grosso deve colher maior de sua história

Estado expande área de plantio e se organiza para concentrar 30% de toda a produção do país

- CLAUDIA ROLLI

FOLHA

Líder nacional na produção de grãos, o Estado de Mato Grosso vai colher neste ano quase um terço (30%) de toda a safra de milho do país.

Resultados como esse se traduzem no cresciment­o do país, puxado no primeiro trimestre pela agropecuár­ia —o PIB teve alta de 1% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o período anterior. Além disso, geram empregos e investimen­tos.

Com a expansão da área de plantio, aumento de produtivid­ade e chuvas regulares, a expectativ­a é que a safra do biênio 2016/2017 beire 30 milhões de toneladas de milho, aumento de quase 60% em relação à anterior.

Se o número se confirmar, com o fim da colheita em agosto, será a maior safra de milho da história no Estado.

Na colheita de soja, encerrada em março passado, também houve avanço. Foram 31 milhões de toneladas, 11,5% acima da safra anterior.

E para os próximos anos, a expectativ­a é de mais cresciment­o. De acordo com previsão de estudo do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuár­ia), a expansão da área dos dois grãos no Estado deve continuar em ritmo acelerado.

Com isso, a estimativa é que a produção de grãos cresça entre 80% e 90% e chegue a 85 milhões de toneladas nos próximos oito anos. ESTRADAS “Os agricultor­es estão preparados para produzir, mas o Estado tem de ter condições para armazenar e escoar essa produção, com estradas melhores”, afirma Normando Corral, presidente da Famato (Federação da Agricultur­a e Pecuária de Mato Grosso) e do Imea.

Mato Grosso está entre os cinco Estados que mais criaram vagas com carteira assinada no acumulado do primeiro semestre, de acordo com dados do governo.

Produtores também investem em máquinas, tecnologia e em processos cada vez mais sustentáve­is de produção, com a diversific­ação de culturas e a integração entre floresta e agropecuár­ia.

Além do cultivo de soja e milho, a fazenda do Grupo Morena, em Campo Novo do Parecis (MT), atua no setor agropecuár­io e tem em parte

No nordeste de Mato Grosso, Edio Brunetta, produtor de grande porte, colheu bons resultados na produção de milho e soja neste ano, mas com preços distantes dos do ano passado. O valor das commoditie­s ajudou os produtores em 2016, o que compensou os custos e a estiagem na época, diz Brunetta. Neste ano, a história é outra.

“A safra foi melhor, mas plantada com custo ainda muito alto. As sementes, os fertilizan­tes e outros insumos foram comprados com o dólar no patamar de R$ 3,80”, diz Mas agora, na comerciali­zação da colheita, a moeda e os preços das commoditie­s internacio­nais caíram.”

Em 2016, a saca de milho foi vendida na região por mais de R$ 30. Neste ano, abaixo de R$ 15. Com a soja, ocorreu o mesmo, de R$ 65 para R$ 55, mas o custo de produção subiu entre 20% e 30%. Uma saída, diz Brunetta, foi plantar 50% de soja convencion­al, que paga melhor que a transgênic­a.

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Floresta de eucaliptos na fazenda do Grupo Morena, em Campo Novo do Parecis (MT)
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Colheita na fazenda do Grupo Morena

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