Folha de S.Paulo

Apple exclui app que permite contornar censura na China

Gigante de tecnologia americana remove aplicativo­s de sua loja virtual

- HANNAH KUCHLER

Empresa afirma que as exclusões obedecem razões legais e que apps continuam acessíveis em outros mercados

A Apple removeu de sua loja digital aplicativo­s que permitem aos usuários da internet burlar o poderoso sistema de censura chinês conhecido como The Great Firewall, em um movimento que os desenvolve­dores de apps condenaram como um ato de censura.

A companhia do Vale do Silício excluiu de sua loja virtual na China aplicativo­s que utilizam VPN (redes virtuais privadas, na sigla em inglês), ao mesmo tempo em que aumenta a pressão sobre todos os apps que não cumprem a leis chinesas, mesmo se os desenvolve­dores estiverem atuando fora do país asiático.

Redes de VPN permitem que os usuários acessem conteúdo banido pelos censores chineses, que criaram uma espécie de versão chinesa da internet, sem muitas mídias sociais ocidentais ou sites com ferramenta­s de busca. A intenção é controlar o acesso à informação on-line.

O aplicativo ExpressVPN publicou uma carta que recebeu da Apple em qual a gigante de tecnologia americana notificou a empresa de que seu aplicativo havia sido removido da loja virtual chinesa, “porque incluía conteúdo ilegal na China”.

A dona do ExpressVPN, que se descreve como “defensora dos direitos digitais”, afirmou que estava “conster- nada” com a decisão da Apple de “ficar do lado da censura” feita pelo governo chinês.

“Isso representa a medida mais drástica que o governo chinês tomou até hoje para bloquear o uso de VPNs, e nós estamos preocupado­s em ver a Apple ajudando nos esforços de censura da China”, afirmou o ExpressVPN em post publicado em um blog.

Em resposta, a Apple informou que, no começo do ano, o Ministério de Indústria e Informação Tecnológic­a da China anunciou que todos os desenvolve­dores que oferecesse­m redes VPN deveriam obter uma licença do governo.

“Pediram que removêssem­os alguns aplicativo­s de VPN na China que não se enquadrava­m nas novas regulações. Esses apps permanecem disponívei­s em todos os outros mercados”, afirmou.

A Golden Frog, um desenvolve­dor de VPNs que fica sediado na Suíça, disse que, na sexta-feira (28), foi informado pela Apple de que seu aplicativo, o VyprVPN, também foi excluído por razões legais. A informação está em um post distribuíd­o em um tuíte com a hashtag #censura.

No post, a empresa diz que, se os usuários derem à Apple um endereço de cobrança fora da China, poderiam continuar a baixar o aplicativo.

Alguns aplicativo­s de VPN ainda são encontrado­s na loja virtual chinesa da Apple. A decisão da empresa americana de remover fornecedor­es de VPN da sua loja chinesa ocorre pouco depois de a companhia ter aberto seu primeiro centro de dados iCloud em território chinês, para cooperar com as leis locais.

Informaçõe­s pessoais de chineses donos de iPhones e iPads, incluindo mensagens privadas e fotografia­s, ficam agora armazenada­s dentro do país, atendendo a regras de segurança mais rígidas adotadas pelo governo chinês.

A movimentaç­ão da Apple reflete concessões que multinacio­nais estrangeir­as têm feito para acessar o maior mercado mobile do mundo.

Nos Estados Unidos, a Apple se posiciona como defensora da privacidad­e de seus clientes e se opôs às autoridade­s americanas ao se recusar a destravar o iPhone que pertencia a um dos atiradores de San Bernardino, na Califórnia.

Se você se desacostum­ou de levar dinheiro na carteira, é bem provável que more numa região de renda mais alta. Estados com maior renda per capita são também aqueles com o maior número de maquininha­s de cartões, mostra estudo da consultori­a especializ­ada em varejo financeiro Boanerges e Cia.

A diferença entre as regiões é grande. Em lugares como o Distrito Federal, com 37,9 maquininha­s por mil habitantes, São Paulo (37,5) e Rio Grande do Sul (33,9), os números se aproximam da média de países desenvolvi­dos como o Canadá (36,3) e a Austrália (40), de acordo com o estudo da consultori­a.

No outro extremo, o Maranhão, Estado com a menor renda per capita do país, tem também a menor cobertura de cartões (7,7 maquininha­s por mil habitantes), seguido pelo Piauí (9). O nível é próximo do do México e da África do Sul.

O maior atendiment­o bancário nas regiões mais ricas e o consumo mais alto explicam a diferença observada.

Os custos que envolvem a aceitação de cartão, como o aluguel da máquina e a taxa paga pelo lojista à credenciad­ora de cartão a cada compra realizada, também são barreiras à populariza­ção do meio eletrônico de pagamento.

Vitor França, responsáve­l pelo estudo, lembra que as vantagens do acesso maior aos cartões vão da segurança

O Model 3 é a aposta do presidente-executivo da companhia, Elon Musk, para atingir o mercado de massa.

O carro tem autonomia de 350 km com apenas uma carga e representa a primeira aposta da Tesla fora do segmento de carros elétricos de luxo. de não precisar carregar dinheiro à redução dos custos com a emissão da moeda.

O uso do plástico também facilita a fiscalizaç­ão do comércio, o que reduz a sonegação e eleva a arrecadaçã­o.

Segundo França, uma maior competição poderia estimular a expansão dessa cobertura em um setor que hoje é dominado por Cielo, credenciad­ora do Bradesco e do Banco do Brasil, Rede, do Itaú, e GetNet, do Santander.

A cada compra com cartão, o lojista paga uma taxa —chamada taxa de desconto— à credenciad­ora do cartão, ou seja, a dona da maquininha.

Uma concorrênc­ia maior, diz França, poderia reduzir essa taxa, ajudando a espalhar mais maquininha­s por regiões menos favorecida­s.

Por outro lado, mudança recente na cobrança do ISS (Imposto sobre Serviços), cuja alíquota agora tem um piso de 2%, poderá elevar custos que serão repassados aos lojistas, dificultan­do a cobertura em áreas mais pobres.

Embora o número de maquininha­s tenha caído no ano passado, pela primeira vez desde 2008, o volume de compras com cartões de crédito e débito aumentou. O total de compras atingiu 27,5% do consumo das famílias em 2016, ante 27,1% em 2015.

O fim da exclusivid­ade entre algumas bandeiras e maquininha­s, como Elo e Cielo, acabou com a necessidad­e de ter várias máquinas para aceitar vários cartões e explica a aparente contradiçã­o.

 ?? Aly Song/Reuters ?? Homem olha tela do celular em frente a loja da Apple em Xangai, China: empresa exclui aplicativo­s que burlam censura
Aly Song/Reuters Homem olha tela do celular em frente a loja da Apple em Xangai, China: empresa exclui aplicativo­s que burlam censura

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