Folha de S.Paulo

Ato viola Estado de Direito, diz defesa de petista

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DE CURITIBA

O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que a denúncia é “esdrúxula” e seu recebiment­o é “mais um atentado ao Estado de Direito”.

Segundo Martins, os contratos da Petrobras citados na ação não têm relação com benefícios a Lula, “como o próprio juiz já reconheceu” –em referência à sentença do tríplex do Guarujá.

Na ocasião, Moro declarou em decisão que “jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtor­a OAS nos contratos com a Petrobras foram utilizados para pagamento da vantagem para o ex-presidente”.

Segundo o juiz, naquele caso, não há correlação em relação à origem dos recursos. Para o defensor, a fórmula é “descabida”.

Zanin ainda destaca que o sítio tem donos conhecidos e que Moro não indica nenhum ato de ofício de Lula que justificar­ia as vantagens oferecidas a ele.

Para o advogado, a peça integra uma prática de “lawfare”, ou perseguiçã­o jurídica, contra Lula.

O defensor ainda menciona uma entrevista que Moro concedeu à Folha eaum consórcio internacio­nal de jornalista­s, no domingo (30), para afirmar que o juiz não tem imparciali­dade.

“Ele tratou especifica­mente do caso de Lula, situação que por si só deveria motivar o reconhecim­ento dessa suspeição”, afirmou.

A Folha não conseguiu contato com a defesa dos demais réus.

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