EI e clima são maiores ameaças, diz pesquisa

Levantamento do centro de estudos Pew sobre percepção de risco foi feito em 38 países

Uma pesquisa do Pew Research Center divulgada nesta terça (1º) aponta a milícia radical Estado Islâmico e as mudanças climáticas como as duas principais ameaças globais à segurança nacional.

O levantamento, feito em 38 países —inclusive no Brasil—, perguntou aos entrevistados, além dos dois temas citados, sobre mais seis possíveis ameaças: ciberataques cometidos do exterior, situação da economia global, fluxo de refugiados, o poder americano e sua influência, além do chinês e do russo.

O Estado Islâmico é visto como principal ameaça em 18 dos países pesquisados, concentrados sobretudo na Europa, no Oriente Médio e na Ásia. O temor também é grande nos Estados Unidos.

Várias dessas nações foram alvos recentes de ataques terroristas reivindicados pela facção radical. Na França o índice atinge 88%, com a Itália um pouco atrás (85%), ao passo que no Líbano, 97% da população cita o EI como a maior fonte de temor.

Em 13 países, concentrados na Europa, na América Latina e na África, os entrevistados citaram a mudança climática global como a principal ameaça à sua segurança.

A Espanha aparece em primeiro lugar nesse tópico, com 89%, seguida do Peru, com 79%. O aquecimento global também é a principal fonte de temor para 2 de cada 3 brasileiros ouvidos.

Ataques cibernéticos cometidos por outros países lideram o ranking de percepção de risco no Japão (76%) e são a segunda maior preocupação nos EUA (71%), na Alemanha (66%) e no Reino Unido (61%), locais onde houve vários ataques de desse tipo nos últimos meses.

Grécia e Venezuela são os únicos países da pesquisa cujas populações indicaram a situação da economia global como maior fonte de preocupação, com índices de 88% e de 56%, respectivamente.

Ambos estão mergulhados há anos em graves crises econômicas potencializadas por problemas domésticos, mas cuja origem é externa.

A única nação cujos habitantes elencam o afluxo de refugiados como o maior temor à segurança nacional é a Hungria, comandada hoje por um governo nacionalista e de tendências xenofóbicas.

O poder dos EUA é visto como a principal ameaça na Turquia (72%). Na Coreia do Sul e no Vietnã, oito em cada dez têm a mesma impressão com relação à China, enquanto na Polônia (65%), os temores são dirigidos à influência russa. No Brasil, aparecem ainda como temores os ciberataques e a economia mundial.

O instituto Pew ouviu 41.953 pessoas de fevereiro a maio deste ano.