Suspeito tinha apreço por nazismo, diz professor
DE SÃO PAULO
James Alex Fields Jr. dirigiu 865 km de Maumee, Ohio até Charlottesville, Virgínia, para participar de um protesto de supremacistas brancos onde atropelou um grupo de manifestantes antirracismo e matou uma mulher.
Segundo seu ex-professor Derek Weimer, o homem de 20 anos que até meses atrás vivia com a mãe e é descrito por conhecidos como “calado” já defendeu o nazismo.
Weimer, que lecionou história no ensino médio para Fields e o descreve como inteligente, afirma que o aluno escreveu um ensaio sobre militares nazistas na Segunda Guerra. “É óbvio que ele tinha fascínio pelo nazismo e por Adolf Hitler. Ele tinha visões de supremacia ariana. Ele acreditava nessas coisas.”
O professor diz que tentou afastar Fields de sua inclinação usando exemplos históricos e fatos. “Era algo crescendo dentro dele, e admito que falhei. Era um momento em que ele ainda podia aprender, e precisamos ficar atentos, pois essas são as ideias que estão rachando o país.”
Um vídeo mostra o carro de Fields, um Dodge Challenger 2010, acelerar em direção a uma pequena multidão, atingir corpos que voaram pelos ares, e voltar de ré para ferir mais pessoas.
Ao todo 19 pessoas foram levadas ao hospital.
Fotos que circularam de Fields após o acidente mostram que ele usava o uniforme extraoficial do “Vanguard America”, grupo de extrema direita que se declara “a cara do fascismo nos EUA”: camisa polo branca, calça cáqui, óculos de sol e um escudo negro.
No sábado, porém, o grupo negou que tenha laço com Fields. “Os escudos e a camisa não denotam que ele seja membro. Os escudos foram entregues a todos os manifestantes presentes no dia.”
A mãe do suspeito, que foi preso em uma blitz logo após o atropelamento e responderá por homicídio doloso, afirmou à agência Associated Press que sabia que seu filho iria ao protesto, mas pensava que fosse algo ligado ao presidente Donald Trump, embora ela não considere o republicano um supremacista.
“Eu tento me manter longe das ideias pólíticas do meu filho”, disse Samantha Bloom a um jornal local.