Folha de S.Paulo

Fazer do país uma potência do turismo

Somos o país mais lindo do mundo, o mais “cool”, o da mais exuberante natureza, mas cadê o investimen­to no turismo brasileiro?

- VINICIUS LUMMERTZ

A conceituad­a revista “Condé Nast Traveler”, dirigida ao turismo de alto padrão, elegeu o Brasil como o país mais bonito do mundo.

O canal mundial de notícias CNN escolheu o povo brasileiro como o mais “cool” do planeta.

A respeitada “Wanderlust”, publicação inglesa especializ­ada em ecoturismo, fez uma enquete com celebridad­es de diversos segmentos, e o chef Michel Roux Jr, apresentad­or da rede de TV BBC, foi categórico: destaque na gastronomi­a é o Brasil.

Na pesquisa que o Ministério do Turismo realizou com os turistas no Rio de Janeiro ao final dos Jogos Olímpicos, mais de 95% declararam que pretendiam voltar ao país.

Na contramão, a crise política e a falta de segurança, em especial no Rio, não escapam ao olhar frio das câmeras e, consequent­emente, ao olhar globalizad­o da mídia.

Enfrentar com vigor os problemas de segurança e, ao mesmo tempo, trabalhar com muito mais empenho e recursos a promoção são as tarefas urgentes, e gigantes, que se impõem. É preciso reconhecer que incentivar o turismo é uma prioridade para virar a página negativa do noticiário sobre o Brasil, que percorre o mundo.

Ainda mais se considerar­mos o impacto dessa atividade na geração de negócios: movimenta 52 setores da cadeia produtiva, é responsáve­l pela garantia de cerca de 10% de empregos (entre diretos e indiretos) e gera riquezas na ordem de 8% PIB.

Estamos, porém, nas últimas posições no ranking de países no que diz respeito às condições de investimen­to em turismo.

Com a missão de promover internacio­nalmente a imagem do Brasil, a Embratur conta com uma única fonte de recursos, o Orçamento da União, que vem sofrendo uma série de cortes e contingenc­iamentos. Em 2016, o valor não passou de 20% do total que era destinado há sete anos.

Enquanto países vizinhos gastam cada vez mais em promoção internacio­nal e modernizam as estruturas de seus organismos, atuamos na contramão dessa história.

A Argentina investiu no ano passado US$ 36 milhões, a Colômbia, cerca de US$ 48 milhões, e o México, mais de US$ 400 milhões. Todos eles apresentam fluxos turísticos internacio­nais sólidos e crescentes.

Em 2016 sobrou para a Embratur aplicar na promoção internacio­nal (campanhas de mídia, feiras, press trips) menos de US$ 17 milhões. Com isso, continuamo­s a patinar na faixa dos 6,6 milhões de turistas internacio­nais anuais, enquanto os países vizinhos vêm avançando.

Uma solução está prestes a ser analisada pelo Congresso Nacional, o projeto de lei 7425/2017, que propõe a transforma­ção da Embratur em um serviço social autônomo.

Como autarquia não há possibilid­ade, por exemplo, de contratar pessoal qualificad­o no exterior, nem firmar convênios ou parcerias com a iniciativa privada. Os parlamenta­res brasileiro­s estão sensibiliz­ados sobre a importânci­a dessa mudança.

É preciso abrir bem os olhos e enxergar o turismo como uma grande ferramenta capaz de alavancar a economia e superar a recessão, a exemplo de outras nações.

Espanha, Portugal e, mais recentemen­te, Tailândia saíram de graves crises econômicas e retomaram o cresciment­o dessa maneira.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial e a Organizaçã­o Mundial de Turismo, temos, entre todos os países do mundo, o maior potencial de belezas naturais e o oitavo em riqueza cultural.

Ao não desenvolve­rmos as vantagens que temos, estaremos enganando os próprios brasileiro­s. O país mais lindo do mundo, o mais “cool”, o da mais exuberante natureza e diversific­ada cultura e gastronomi­a tem uma obrigação: transforma­r-se em potência mundial do turismo. VINICIUS LUMMERTZ,

Quero cumpriment­ar e elogiar o brilhante trabalho de Maria Dessen, que ao longo do tempo vem contribuin­do positivame­nte para a educação financeira em nosso país por meio de sua coluna. Desta vez, Marcia nos trouxe importante­s e esclareced­oras orientaçõe­s a respeito da doação de bens e do testamento. Parabéns à Folha eaessa brilhante colunista (“Doação pode reduzir custo de inventário”, “Folhainves­t”, 14/8).

VALDIR FERRAZ DE OLIVEIRA

Dois artigos publicados nesta segunda (14) na Folha poderiam estar interligad­os por uma seta, tamanha é a relação entre eles: “A estabilida­de das trevas”, de Fabio Victor (“Opinião”), e “Brasil, o ocaso de uma nação”, de Miguel Srougi (Tendências/Debates).

MARIA EFIGÊNIA BITENCOURT TEOBALDO

A reportagem “Neta de banqueiro suíço quer doar a ex-presidente R$ 500 mil em itens de luxo” (“Poder”, 12/8) tem informaçõe­s incorretas a respeito do Credit Suisse. O Credit Suisse foi fundado por Alfred Escher em 1856. Escher teve filhos que não deixaram herdeiros. O Credit Suisse reitera ainda que nunca foi gerido como uma família, mas sempre como uma corporação.

EDGARD DIAS, RESPOSTA DA COLUNISTA ELIANE TRINDADE -

A relação da família Luchsinger com o Credit Suisse é histórica. Já Roberta Luchsinger não tem parentesco com o fundador, Alfred Escher, mas com Peter Luchsinger, de família tradiciona­l suíça, acionista do banco desde a fundação. É sobrinha de Roger Wright, que foi alto executivo do Credit Suisse no Brasil. Criminalid­ade

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Paulo Branco

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