Folha de S.Paulo

Não tem a ver com questão política, mas com amadurecim­ento. O processo não pode

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Folha - O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, acusado de receber propina, disse à Folha que não há lugar mais seguro do que o Brasil. Não é um tapa na cara?

Luiz Roberto Ungaretti - Hoje o cenário é oposto a essa fala. A Polícia Federal, o Ministério Público, os demais órgãos têm como foco o combate à corrupção. Temos investigaç­ões em cima de agentes públicos, integrante­s da CBF, empreiteir­os… Os fatos desmentem essa fala. O MPF acusa vocês de atrapalhar acordos de cooperação e de tentar interferir em acertos feitos com procurador­ias de outros países para a Lava Jato. Qual o motivo para ainda não ter assinado com Argentina, Espanha e Suíça?

Entendemos que o Ministério Público não é parte legítima para celebrar um acordo desse tipo, como prevê a própria Constituiç­ão. Quem representa o país não é o Ministério Público. Queremos celebrar os acordos, mas com o cuidado de preservar provas e medidas. Quando algo assim chega para nós, temos que conversar com a autoridade legítima do outro país. Isso é novidade no Brasil. Tivemos casos de grandes investigaç­ões que foram anuladas por causa de vícios processuai­s e procedimen­tais. Mas por que o atraso? ser abrupto. A gente sabe que precisa ser rápido, porque a investigaç­ão precisa disso. Estamos terminando estudos jurídicos nesse sentido para dar andamento aos acordos. Há vários integrante­s do governo investigad­os. Não há conflito em ser esse mesmo governo quem tem de autorizar a cooperação?

Não tem como interferir politicame­nte. Basta olhar o trabalho da Polícia Federal. Se o Ministério Público acha que há isso, alguma interferên­cia, eles têm de apontar.

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