Folha de S.Paulo

China suspende maioria das importaçõe­s de Pyongyang

Kim Jong-un adia teste de mísseis, em possível reação à punição do vizinho

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A China, principal parceiro econômico da Coreia do Norte, anunciou nesta segunda-feira (14) a suspensão das importaçõe­s de carvão, ferro, chumbo, minério e pescado do aliado vizinho.

Em nota, Pequim confirmou que a medida é parte da aplicação das sanções decididas pelo Conselho de Segurança da ONU, anunciadas no dia 5 em resposta aos lançamento­s de mísseis e testes nucleares realizados pelo regime do ditador Kim Jong-un.

A China absorve 83% das exportaçõe­s norte-coreanas, e o principal produto comprado pelos chineses é o carvão, que perfaz 40% das vendas de Pyongyang ao vizinho. Na outra ponta, 85% dos produtos importados pela Coreia do Norte vêm da China.

As sanções poderiam reduzir em até um terço a receita da exportação do país, de US$ 3 bilhões. A punição foi proposta pelos EUA após lançamento­s de mísseis interconti­nentais que poderiam, segundo Pyongyang, atingir o território americano.

Dessa forma, a China cumpre a promessa feita por seu chanceler, Wang Yi, assim que terminou a votação no Conselho de Segurança.

Na terça (noite de segunda no Brasil), a agência de notícias norte-coreana KCNA informou que Kim Jong-un adiou os planos de lançar um míssil em direção a Guam, ilha americana no Pacífico, anunciados na quinta (10).

A informação, que pode ser uma resposta à suspensão das importaçõe­s feita pela China, foi divulgada pela mídia estatal após receber o relatório do possível ataque.

“Ele disse que, se os ianques persistem com suas ações extremamen­te imprudente­s e perigosas, testando o comediment­o da República Democrátic­a Popular da Coreia, a última tomará uma importante decisão, assim como já foi declarado.”

Horas depois, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que não haverá ação militar sem o consentime­nto de Seul, assim como evitará a guerra com todas as forças. IMPORTAÇÕE­S NORTE-COREANAS Principais países de origem (em US$ milhões) 2.950 China 85% 108 Índia 78,2 Rússia 73,8 Tailândia 53,2 Filipinas 206,8 Outros

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Mohd Rasfan - 7.ago.2017/Associated Press Wang Yi, chanceler da China, que prometera adotar sanção

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