Folha de S.Paulo

Petrobras estuda blindar política de preços

- NICOLA PAMPLONA

A Petrobras estuda colocar em seu estatuto políticas que garantam a rentabilid­ade de suas operações, como a política de preços dos combustíve­is. O objetivo é blindar a companhia de eventuais interferên­cias do governo.

“Você pode esperar que faremos tudo para blindar as políticas que garantam retorno ou criação de valores aos acionistas e a todos que compram ações da Petrobras”, disse o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro.

A declaração foi feita em teleconfer­ência com investidor­es na sexta-feira (11), quando respondia a pergunta de analista sobre a possibilid­ade de blindar a política de preços dos combustíve­is.

Instituída em outubro de 2016 e revista em junho de 2017, a política de preços impede a venda dos produtos a valores inferiores aos praticados no mercado externo.

Foi implantada com o objetivo de evitar a repetição de prejuízos com a venda de combustíve­is a preços mais baixos, procedimen­to que vigorou durante os governos do PT e é apontado como uma das razões para o elevado endividame­nto da companhia.

“Esta é a meta desta gestão, e tem sido já há algum tempo, por exemplo, adotar práticas e mecanismos que, usando sua expressão, blindam a companhia de intervençõ­es inadequada­s que podem reduzir sua rentabilid­ade”, reforçou Monteiro.

Segundo ele, a empresa deve propor ao conselho de administra­ção novas mudanças no estatuto, com o objetivo também de se adequar ao nível 2 da Bolsa de Valores de São Paulo, um ambiente de negociaçõe­s com maiores exigências em termos de governança corporativ­a.

Procurada pela reportagem nesta segunda-feira (14), a Petrobras preferiu não comentar o assunto.

A gestão atual já promoveu mudanças nesse sentido. Em 2016, aprovou a criação de comitês estatutári­os e de regras para a contrataçã­o e nomeação de executivos, além da proibição de que o presidente da estatal possam também comandar o conselho.

A preocupaçã­o do mercado reside na possibilid­ade de alteração das políticas em caso de mudança de governo. Com a definição em estatuto, qualquer mudança precisa ser aprovada em assembleia de acionistas. FREQUÊNCIA Desde o mês passado, a Petrobras passou a adotar uma estratégia mais agressiva de reajustes, com a autorizaçã­o para variações diárias e sem necessidad­e de aprovação pelo grupo gestor de preços, que é formado por três diretores.

O objetivo é garantir maior flexibilid­ade para que a área comercial concorra com combustíve­is importados por terceiros, que vêm roubando participaç­ão de mercado das refinarias da estatal.

Desde então, o preço da gasolina foi ajustado 27 vezes —13 delas para baixo e 14 para cima. O diesel foi ajustado 29 vezes, 13 para baixo e 16 para cima.

A mais recente mudança passa a valer nesta terça-feira (15): queda de 1,4% no preço da gasolina e alta de 0,7% no valor do diesel. A maneira como os deputados se posicionar­am na votação da reforma da Previdênci­a do presidente FHC, em 1998, não impactou de forma direta o desempenho na eleição no mesmo ano, segundo estudo divulgado pela consultori­a do Senado.

folha.com/no1909773

Especialis­tas apontam que a ausência de uma rede de contatos —formada principalm­ente por conhecidos em posição de influência— pode ser determinan­te para que uma pessoa negra consiga do primeiro emprego a uma promoção no Brasil

 ?? Pedro Ladeira - 21.jul.2017/Folhapress ?? Fila de carros em posto em Brasília; Petrobras quer evitar interferên­cia política na definição de preço de combustíve­is TRIBUTOS BANCO
Pedro Ladeira - 21.jul.2017/Folhapress Fila de carros em posto em Brasília; Petrobras quer evitar interferên­cia política na definição de preço de combustíve­is TRIBUTOS BANCO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil