Folha de S.Paulo

Procurador denuncia presidente do DEM

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Ele é suspeito de negociar propina

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta quarta (13) o senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O teor da denúncia não foi divulgado.

O relator do caso no Supremo é o ministro Luís Roberto Barroso. Agora, caberá ao tribunal acatar ou não a acusação. Se a denúncia for aceita, Maia vira réu.

Em outubro de 2015, Barroso autorizou a instauraçã­o de inquérito para investigar o senador por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O parlamenta­r foi apontado pela PGR como suspeito de ter negociado propina da empreiteir­a OAS durante a construção da Arena das Dunas, estádio em Natal usado na Copa.

A PGR suspeita que a OAS tenha pagado propina ao senador “em troca de auxílio do parlamenta­r na superação de entraves à liberação de recursos” de financiame­nto do BNDES.

O senador teria conseguido a liberação dos recursos do BNDES e, em contrapart­ida, a OAS teria doado oficialmen­te, em 2014, R$ 500 mil ao diretório do DEM.

A procurador­ia solicitou a abertura do procedimen­to após encontrar mensagens trocadas entre o parlamenta­r e pessoas ligadas à OAS, inclusive com o presidente da empresa, Léo Pinheiro.

Em seu despacho na época, o ministro afirmou que o senador teria recebido o suposto suborno por meio de doações de campanha. OUTRO LADO O senador disse, em nota, que os fatos e que “em todos os depoimento­s tomados e registrado­s ao longo do referido inquérito não consta sequer uma referência de pedido ou recebiment­o de valores em troca de qualquer tipo de retribuiçã­o ou vantagem”, o que caracteriz­aria corrupção passiva.

“Registre-se que, até as últimas eleições [2014], contribuiç­ões de pessoas jurídicas eram legalmente permitidas”, diz a nota. “O senador José Agripino não aceita ações que generaliza­m e maculam a dignidade, a imagem e o capital político de homens públicos”.

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