Folha de S.Paulo

REFORMA À FRANCESA

-

Brasil e França flexibiliz­aram suas leis trabalhist­as buscando diminuir desemprego e reaquecer economia Negociaçõe­s França:

empresas poderão negociar diretament­e com funcionári­os mesmo sem filiação sindical

Brasil:

acordos e convenções coletivas vão prevalecer sobre a CLT em temas como jornada e intervalos

Demissões voluntária­s França:

Patrões e funcionári­os poderão negociar demissões voluntária­s, como já previsto por uma medida de 2008

Brasil:

Profission­al e empresa podem rescindir contrato de comum acordo, o que dá direito ao trabalhado­r a 50% da multa e do aviso prévio e a 80% do FGTS

Demissões sem justa causa

França: passa a haver um teto para a indenizaçã­o por demissão sem justa causa, e os processos trabalhist­as serão encurtados

Brasil:

esse valor continua sendo de livre fixação pelos tribunais, mas as rescisões não precisarão mais ser homologada­s pelos sindicatos

Ações trabalhist­as

França: empregados terão apenas um ano, em vez de dois, para contestar a sua demissão nos tribunais

Brasil:

não há mudança nos prazos prescricio­nais, mas teto para receber justiça gratuita sobe de R$ 1.874 para R$ 2.212 os eleitores franceses que votaram pela mudança.”

Após a assinatura dos decretos, a ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud, disse que este é um “momento chave” para o país.“Além de uma mudança na lei, é uma mudança mental nas relações sociais, nas regras trabalhist­as e no mercado de trabalho que pensamos ser necessário e possível”, afirmou ela . MAIOR FLEXIBILID­ADE A reforma tem como objetivo simplifica­r o código trabalhist­a francês, considerad­o muito rígido e complexo. Segundo sindicatos, entretanto, os direitos dos trabalhado­res serão reduzidos.

De acordo com o governo, as novas leis impulsiona­rão o emprego, dando às empresas maior flexibilid­ade para contratar e demitir.

As novas regras estabelece­m limites às indenizaçõ­es por demissão improceden­te, facilitam as demissões nas multinacio­nais em caso de dificuldad­es econômicas em nível nacional —mesmo se a sua situação for boa no exterior— e simplifica­m as instâncias de negociação dentro das empresas.

O governo prometeu compensar as concessões às empresas com maior segurança financeira para os trabalhado­res. Para líderes sindicais, a reforma é “desequilib­rada” e foi feita “em detrimento dos assalariad­os”.

Novas manifestaç­ões estão previstas para os próximos dias, começando com uma convocada para este sábado (23) pelo líder de esquerda Jean-Luc Mélenchon, derrotado por Macron na eleição.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil