Sa, que pertencia aos pais de Farah e para onde ele se mudou após o crime, em 2003.
DE SÃO PAULO
O ex-cirurgião Farah Jorge Farah, 68, foi encontrado morto em sua casa, na Vila Mariana (zona sul de SP), na manhã desta sexta-feira (22).
Policiais foram à residência do médico para cumprir mandado de prisão por volta das 6h. Alheio à movimentação, ele foi até o portão vestido com um roupão para receber um saco de um entregador e logo entrou de novo.
Diante do chamado dos policiais, ele ainda disse que iria trocar de roupa. Como demorou para abrir a porta novamente, os oficiais chamaram um chaveiro para entrar no imóvel. Quando subiram a escada do sobrado, eles encontraram Farah deitado na cama, já morto.
Ele havia feito cortes com bisturi na perna. Não houve tempo para socorrê-lo, e seu corpo foi retirado de casa em um saco para dentro do carro da Polícia Científica.
Ele estava vestido com roupas femininas, uma camiseta justa azul e uma calça legging, e tinha feito implantes de silicone. Ao redor, no quarto bagunçado, tinha peças de roupas de mulher, entre outros objetos, jogados pelo chão e em cima da cama. “Ele fez um ritual para a morte”, disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves. “Queria ter feito a prisão para ele cumprir a pena, mas não deu tempo.”
Fã de música clássica, o excirurgião escolheu uma trilha sonora descrita como “fúnebre” pelo delegado para tocar pouco antes de se matar.
Vizinhos relatam que o som alto era recorrente na ca- CONDENAÇÃO Farah tinha sido condenado a 14 anos e oito meses de prisão pela morte, esquartejamento e ocultação do cadáver da ex-amante Maria do Carmo Alves, em 2003.
Na quinta-feira (21), sua prisão foi decretada após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que anulou aval para ele cumprir a pena em casa, válido desde 2007, quando deixou a prisão.
“Ele havia sido declarado semi-inimputável, há documentos que provam isso”, disse o advogado do ex-cirurgião, Marcelo Raffaini.
O crime ocorreu no consultório de Farah, na zona norte da cidade. A vítima, de 46 anos, também era paciente do cirurgião plástico. Partes do corpo dela foram encontradas embaladas em sacos de lixo, escondidos no portamalas do carro de Farah. Ele removeu a pele de partes do rosto e as impressões digitais da vítima para dificultar seu reconhecimento.
Como confessou o crime, teve a pena baixada em dois anos. Para justificar o assassinato, sua defesa alegou que o ex-cirurgião era perseguido pela amante, que não aceita-