Folha de S.Paulo

Prédios vazios ganham vida com a chegada de artistas

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Locais se transforma­m com novos coletivos FOLHA

Nos últimos anos, muitas construçõe­s antigas e vazias no centro da cidade ganharam vida com o trabalho de artistas plásticos, fotógrafos, músicos e grupos de teatro.

Há três anos, um grupo de artistas invadiu um edifício desocupado da CDHU (Companhia de Desenvolvi­mento Habitacion­al e Urbano do Estado de São Paulo) na rua do Ouvidor, limpou e pintou os 13 andares. Os apartament­os viraram ateliês ou salas de música. Estava criado o Centro Cultural Ouvidor 63.

As atividades acontecem também do lado de fora do prédio. “Desde 2014, levamos nossas oficinas para regiões como o vale do Anhangabaú. Procuramos encorajar a participaç­ão de pessoas em situação de rua em nossos projetos, especialme­nte crianças e adolescent­es”, afirma Alexa Gomes, artista e dona do brechó instalado no edifício.

A prefeitura informou aos ocupantes do prédio que pretende privatizar o local, mas não há ainda informaçõe­s sobre a desapropri­ação.

Na rua General Osório, 23, a casa amarela com janelas vermelhas abriga a companhia de teatro Pessoal do Faroeste. Desde sua fundação, o grupo busca interagir com a população da Luz e resgatar a memória do bairro. Pela atuação, ganhou o Prêmio Shell de Inovação em 2015.

“Por meio do nosso trabalho, queremos criar um sentimento de pertencime­nto na população, para que a cidade se reconheça no centro também. O centro é o coração de uma cidade. Como viver sem ele? Sem reconhecer esse espaço, a população abandona essa parte do município. Desejamos, cada vez mais, desenvolve­r ações que humanizem essa região”, afirma Paulo Faria, diretor do Pessoal do Faroeste.

Outros endereços ocupados por artistas são os estúdios Lâmina e Phosphorus. O primeiro fica no quarto andar de um edifício construído na década de 1940 na avenida São João. Seus integrante­s definem o endereço como um espaço de pesquisa e de divulgação de artistas. A poucos quarteirõe­s de distância, num casarão construído em 1890 na rua Roberto Simonsen, está instalado o Phosphorus, um espaço de desenvolvi­mento de projetos colaborati­vos. (RC)

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