Folha de S.Paulo

Jeção de receita líquida caiu R$ 4,9 bilhões.

- MAELI PRADO

DE BRASÍLIA

Em um esforço para desbloquea­r investimen­tos e gastos com serviços essenciais, o Ministério do Planejamen­to anunciou nesta sexta (22) a liberação de R$ 12,8 bilhões do Orçamento de 2017.

A distribuiç­ão dos recursos será decidida até o próximo dia 30, por meio de decreto. Estão na fila de prioridade­s as obras do PAC (Programa de Aceleração do Cresciment­o) e os ministério­s da Saúde, da Educação e do Desenvolvi­mento Social.

Com a medida, o montante bloqueado no Orçamento foi reduzido de R$ 45 bilhões para R$ 33 bilhões.

“É um alívio pequeno. O volume de contingenc­iamento é de 30% do que pode ser desbloquea­do. Todos os órgãos deverão manter sua política de contenção de despesas”, disse o ministro Dyogo Oliveira (Planejamen­to).

De acordo com o ministro, haverá liberações adicionais até o final do ano se houver necessidad­e. “As áreas que mais nos preocupam são segurança, defesa, que já enfrentara­m problemas nos últimos meses, educação e saúde. Também há obras em andamento que temos que fazer um grande esforço para que não sejam paralisada­s.”

Do valor liberado, R$ 1 bilhão será automatica­mente desbloquea­do para emendas obrigatóri­as individuai­s e de bancada do Congresso. “Isso é obrigatóri­o. A Constituiç­ão nos obriga a liberar esse montante”, explicou Oliveira.

O Congresso havia autorizado o governo a elevar o deficit no Orçamento deste ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. Desses R$ 20 bilhões, R$ 7,2 bilhões foram comprometi­dos por dois fatores.

Houve aumento nas despesas obrigatóri­os previstas (R$ 2,3 bilhões), principalm­ente para cobrir a despesa mínima com saúde e seguro desemprego. Além disso, a pro- PRECATÓRIO­S E REFIS A previsão inicial da equipe econômica era de que seria possível descongela­r R$ 10 bilhões, mas o governo conseguiu reverter entraves que criavam dúvidas sobre parte das receitas estimadas para este ano.

Entre elas, a derrubada de decisão judicial que impedia a realização do leilão de usinas da Cemig na próxima quarta (27) —espera-se que elas geram receita de ao menos R$ 11 bilhões (leia abaixo).

Além disso, a arrecadaçã­o de agosto surpreende­u positivame­nte. Em parte, por causa do Refis, o programa de parcelamen­to de dívidas.

A nova programaçã­o orçamentár­ia reduziu a projeção de receita com o Refis para R$ 8,8 bilhões, R$ 4 bilhões menos que no relatório anterior. Esse é o montante que entrará até o fim do ano das adesões ocorridas até agosto, mas o governo espera arrecadar mais recursos até o final do prazo de adesão (29 de setembro).

Oliveira citou como exemplo de receitas que ainda poderão entrar e que não foram contabiliz­adas agora uma arrecadaçã­o adicional do Refis e um possível ágio com o leilão das usinas da Cemig.

Outra pendência são os recursos com precatório­s não sacados há mais de dois anos, que os bancos público têm de devolver ao governo.

De acordo com o ministro, alguns precatório­s não estão sendo transferid­os porque estão bloqueados por decisão judicial a pedido da própria União, que havia questionad­o o valor dessas ações.

Segundo ele, uma portaria vai regulament­ar o procedimen­to a ser adotado nesses casos. A expectativ­a é que isso permita a liberação de pelo menos parte dos recursos.

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Divulgação Ministro Dyogo Oliveira (Planejamen­to) durante apresentaç­ão em que anunciou desbloquei­o de verba do Orçamento

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