Folha de S.Paulo

É um caso da hiperregul­ação, do intervenci­onismo estatal distorcend­o,

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Após ser surpreendi­do por uma ação ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte, pedindo R$ 38 milhões em indenizaçã­o por questionam­entos em contratos de fábricas terceiriza­das, o empresário Flavio Rocha, dono da Riachuelo, se abriu nas redes sociais nos últimos dias.

Queixou-se da intervençã­o do órgão, dizendo que o “cerco” prejudica mais o trabalhado­r do que a Riachuelo, que pode continuar crescendo e levando os empregos para outros países e Estados.

As reclamaçõe­s, que ele direcionou a uma procurador­a especifica­mente, repercutir­am na rede, gerando protestos de procurados, mas também manifestaç­ões de apoio de funcionári­os.

Folha - A que o senhor atribui este caso do Rio Grande do Norte?

Flavio Rocha - em prejuízo do trabalhado­r, o funcioname­nto do livre mercado de trabalho. Até 2008, a Guararapes tinha 20 mil trabalhado­res em Natal e 90% da roupa vendida na Riachuelo era feita em Natal e Fortaleza. Com o fechamento do cerco, e exigências que afetavam a competitiv­idade, enquanto a Riachuelo ficou cinco vezes maior, essa participaç­ão diminuiu e hoje é menos de 20% —são 7.000 funcionári­os. O sr. diz que o MPT persegue a terceiriza­ção?

A posição do MPT do RN sempre foi contrária à terceiriza­ção. E como havia uma brecha jurídica aí, era realmente uma zona nebulosa.

Nosso planejado inicialmen­te era ter fornecimen­to de 300 fábricas no Estado. Só tiramos o pé porque começou toda essa pressão policiales­ca de invadir fábrica. Mesmo assim, o que existia de incerteza deixou de existir porque a lei de terceiriza­ção é clara. Não tem mais vácuo jurídico a ser preenchido. Aí surgiu uma nova tese, que foi abraçada pelo MP que é essa subordinaç­ão estrutural, que tenta

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