Usam nosso app, pretendemos contestar a decisão imediatamente nos tribunais.”
DO “FINANCIAL TIMES”
A agência que regula o setor de transporte em Londres anunciou que não renovará a licença da Uber.
Isso significa que a empresa estará proibida de operar em um de seus maiores mercados mundiais a partir de 1º de outubro, embora ela tenha prazo de 21 dias para recorrer e esteja autorizada a continuar prestando serviços nesse período e pela duração do processo de recurso.
A companhia americana anunciou que recorreria imediatamente da decisão.
A decisão surpreendente caracterizou a operadora de serviços de carros como “inapropriada e inapta”.
A agência da capital britânica afirmou que “a abordagem e a conduta da empresa demonstram falta de responsabilidade corporativa com relação... às potenciais implicações de segurança e de proteção pública”.
As principais preocupações da agência eram a abordagem da Uber ao reportar delitos criminais graves e a maneira pela qual certificados médicos eram obtidos e verificações de antecedentes criminais conduzidas.
A agência também destacou o uso em Londres de um software que a Uber é acusada de usar para impedir que agências regulatórias ganhem acesso pleno ao seu app.
O organismo anunciou ainda ter recusado um terço das licenças solicitadas para a operação de serviços de carros nos últimos 12 meses.
Tom Elvidge, gerente-geral da empresa em Londres, disse que “os 3,5 milhões de londrinos que usam nosso app e os mais de 40 mil motoristas que dependem da Uber para ganhar a vida ficarão atônitos com essa decisão”.
“Para defender o ganhapão desses milhares de motoristas e a liberdade de escolha como consumidores dos milhões de londrinos que VIOLÊNCIA A decisão surgiu em meio a controvérsias sobre a abordagem da Uber ao reportar incidentes violentos à polícia.
Em agosto, a agência anunciou ter recebido uma carta da Scotland Yard (a polícia metropolitana londrina) mencionando preocupações sobre a Uber de não reportar três incidentes sexuais e violentos entre motoristas e passageiros neste ano.
O organismo alertou, então, que a carta influenciaria sua decisão sobre se a Uber seria ou não autorizada a continuar operando em Londres por mais cinco anos.
A Uber negou que representasse ameaça à segurança dos passageiros e disse que sempre seguia as regras.
“Sempre seguimos as regras da agência de transporte de Londres quanto a reportar incidentes sérios e temos uma equipe especializada que trabalha em estreito contato com a polícia metropolitana.“
Maria Ludkin, diretora do GMB, o sindicato dos motoristas britânicos, disse que a a ação representava uma vitória histórica para a central, que vinha lutando contra o tratamento nos tribunais da Uber aos seus motoristas.
“Nenhuma empresa pode se comportar como se estivesse acima da lei, e isso inclui a Uber. Sem dúvida outras grandes cidades observarão essa decisão e considerarão o futuro da Uber em suas ruas”, disse. PAULO MIGLIACCI