CBF demite 1ª mulher a treinar a seleção
Há dez meses no cargo, Emily, 36, alega que não teve respaldo do coordenador técnico da equipe, Marco Aurélio Cunha
Decisão foi tomada por Del Nero, presidente da entidade, que foi o principal entusiasta da contratação da técnica
Menos de um ano após assumir o comando da seleção feminina de futebol, a técnica Emily Lima, 36, foi demitida do cargo nesta sexta-feira (22). A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não divulgou o motivo da demissão.
A decisão aconteceu menos de 24 horas após a equipe retornar ao país. Nos últimos dias, o time perdeu dois jogos para a Austrália.
A demissão da treinadora já era prevista na CBF após a segunda partida, realizada no último dia 19. Tanto é que um grupo de jogadoras elaborou uma carta para que a técnica fosse mantida no comando. A carta foi entregue para o coordenador técnico da seleção feminina, Marco Aurélio Cunha, para que fosse repassada ao presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
A Folha apurou, no entanto, que a decisão pela mudança no comando já havia sido decidida pelo presidente da confederação.
O mandatário foi o principal entusiasta da contratação da treinadora há um ano. Na oportunidade, ele chegou a consultar outros dirigentes da entidade, que não eram favoráveis a mudança.
Emily foi a primeira mulher a comandar uma seleção brasileira na categoria principal.
O começo foi empolgante, com sete vitórias consecutivas. Nas últimas seis partidas, porém, empatou uma vez e perdeu cinco: para Alemanha, EUA e três em sequência para a Austrália.
“A justificativa da demissão já é conhecida por todos técnicos e técnicas do Brasil, os números. Na minha cabeça para evoluir é essencial atuar contra seleções mais fortes. Foi o que fiz. Foram sete vitórias, um empate e cinco derrotas”, disse Emily.
Ela alega não ter tido respaldo de Cunha. “Um time só vai para a frente unido e infelizmente eu não tinha o respaldo do coordenador técnico. Meu jeito de trabalhar intensamente não era bem visto”, escreveu no Facebook.
Marco Aurélio Cunha não quis se pronunciar sobre a crítica. Vadão e Caio Couto, do Santos, são cotados para o cargo. (LUIZ COSENZO)