Empreiteiras atribuem alta nos custos à inf lação elevada
ESPECIAL PARA A FOLHA
A Odebrecht afirmou que é “prestadora de serviços” e que “as informações deveriam ser facilitadas pelas empresas (locais) subcontratadas”. Elas argumentaram, por sua vez, que “o preço inicial e final são o mesmo, considerando-se o ajuste da inflação”. O levantamento, contudo, foi feito em dólar.
A construtora também aponta mudanças nos projetos feitas pelas autoridades como razão para o aumento no orçamento.
Em nota, a Queiroz Galvão informou que o projeto analisado foi realizado pelo Consórcio UTE MetroBus LaMatanza, formado com a empresa local Centro Construciones e que “o mesmo desconhece qualquer tipo de problema com a obra, realizada com o financiamento do Banco Mundial”.
A empreiteira Camargo Corrêa, em nota enviada à reportagem, informou que “em Bezarateggui (unidade de tratamento de esgoto), o contrato sofreu forte impacto de correções inflacionárias que já estavam nele previstas, ampliadas por aditivo de prazo contratual, sem nenhuma irregularidade”.
As demais construtoras citadas no levantamento foram procuradas, mas não responderam. O grupo Odebrecht firmou no fim do ano passado um acordo de colaboração conjunto com autoridades do Brasil, da Suíça e dos Estados Unidos no qual reconheceu que pagou propina em 11 países da América Latina e África, incluindo a Argentina e o Brasil. Só na Venezuela, os pagamentos atingiram US$ 98 milhões.