Era do carro só como meio de transporte está perto do fim
DO “NEW YORK TIMES”
Alguns anos atrás, Doug Martin, um engenheiro da Ford, leu um artigo sobre um outdoor diferente em Lima (Peru), que foi criado para coletar e filtrar a água que condensa no painel com os ventos úmidos do litoral.
O outdoor produz centenas de litros de água limpa por semana, que pode ser usada por moradores locais.
O artigo deu uma ideia para Martin: por que um carro não poderia também produzir água limpa? Afinal o arcondicionado do veículo faz algo parecido com o outdoor peruano: gera água ao remover a umidade do ar.
Agora, ele e um colega da Ford, John Rollinger, estão desenvolvendo um sistema para transformar essa ideia em tecnologia comercial.
A iniciativa mostra como a indústria automotiva global está em transformação. À medida que os carros ganham tecnologias, os engenheiros estão encontrando maneiras de fazer com os que veículos vão além de levar alguém do ponto A para o ponto B.
Hoje em dia, alguns carros servem como pontos de wi-fi, geradores reservas de energia ou de controle remoto para sua residência.
No futuro, eles vão também poder monitorar a sua saúde. Fornecedores de bancos pretendem colocar sensores que são capazes de monitorar o batimento cardíaco e a temperatura do corpo do motorista.
Como os veículos usam cada vez mais componentes eletrônicos como chips de computador e têm acesso à internet, as mudanças também serão mais fáceis, dependendo apenas de uma atualização de software.
De acordo com Karl Brauer, diretor da consultoria automotiva Kelley Blue Book, os automóveis estão em um rumo que lembra muito o trilhado pelo iPhone, da Apple.
“Quando o iPhone surgiu dez anos atrás, você conseguia fazer ligações, mandar mensagens de textos e acessar a internet, mas ninguém sabia até onde os aplicativos iriam”, diz o especialista.
“Está acontecendo a mesma coisa com os carros. Eles serão capazes de fazer coisas que nós nem conseguimos imaginar ainda.”